Após lançar o brim de malva na SPFW N60, empresa avança na aplicação da fibra amazônica em escala industrial.

Depois de apresentar o brim à base de malva amazônica em parceria com a marca Normando na SPFW N60, a Vicunha Têxtil avança para uma nova etapa com o lançamento de um denim produzido com a mesma fibra têxtil derivada de malva amazônica. Ainda sob acordo de confidencialidade com as marcas que participarão das primeiras colaborações, a empresa não revelou detalhes sobre as parcerias, afirmando que o projeto está em fase final de preparação e será anunciado em breve.
O interesse das marcas foi especialmente estimulado pela realização no Brasil da COP30, ampliando o foco sobre a Amazônia. “Malva é uma fibra nativa, com apelo natural e sustentável, e que ganha novo valor quando inserida em um contexto de design e performance”, explica Renata Guarniero, gerente de marketing da Vicunha. Ela explica que industrialmente a malva tem características que precisam ser ajustadas na produção.
Tanto no brim quanto no denim, o resultado encontra tecidos leves, mas resistentes, de bom caimento, com respirabilidade e de aspecto que lembra a rusticidade do linho, comenta a gerente. No caso do brim, o tecido pode ser tinto em lavanderia ou sair de fábrica já colorido. Para o denim, suporta intervenções processadas em lavanderia como em um tecido 100% algodão.

Para esses dois lançamentos, a Vicunha vem estudando a fibra malva amazônica há questão de um ano. A produção dessas inclui a mistura de algodão com a malva. “A Vicunha ainda está desenhando o modelo de negócio para esses tecidos com malva. Mas é muito provável que entre no mercado assim de uma forma mais direcionada, fora do book, sob demanda”, explica Renata.
FIBRA CERTIFICADA
Nos dois lançamentos, a Vicunha usou malva amazônica da Castanhal (Companhia Têxtil de Castanhal), uma das maiores produtoras da fibra do Brasil. Além dos fios, o fabricante produz sacaria para uso agrícola, sacolas, fios para artesanato, fios para a indústria de calçados, e moda, entre outras, descreve documento público da Castanhal.
As plantações de malva, assim como as de juta, ocupam as várzeas dos rios da região amazônica, respeitando o ciclo natural das águas, sem desmatar a floresta e não utilizando fertilizantes, afirma a Castanhal, que conta com a certificação Fair Trade (de comércio justo) e IDB (insumo para produção orgânica).
foto: divulgação (Castanhal)




