Pesquisadores da Universidade de Loughborough, do Reino Unido, uniram-se a um grupo industrial da Tailândia e uma marca de moda para a criação de roupas personalizadas em menos de 24 horas.
O termo fast fashion pode ganhar novo significado graças ao avanço da impressão em três dimensões, ou 3D, que está revolucionando a forma como roupas e sapatos são produzidos. Pesquisadores da Universidade de Loughborough em Londres, no Reino Unido, em colaboração com o Grupo Yeh da Tailândia e uma grife de moda embarcaram em um projeto de 18 meses para criar roupas personalizadas que seriam confeccionadas em menos de 24 horas.
Os avanços na chamada ‘fabricação aditiva’, a forma industrial de impressão 3D, tornaram possível a produção de peças de vestuário a partir de polímeros em uma única operação, segundo pesquisadores da Universidade de Loughborough. A nova tecnologia tem o potencial de reduzir o desperdício com água, horas de trabalho e as emissões de carbono.
A popularização de roupas baratas e descartáveis é rentável para os varejistas, mas ruim para o planeta. Os consumidores norte-americanos, por exemplo, compram cerca de 20 bilhões de peças de vestuário por ano ou cerca de 68 itens por pessoa. De acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos EUA, os americanos jogam fora pelo menos 12,7 milhões de toneladas de têxteis por ano.
A impressão 3D traz algumas soluções contra o desperdício permitindo a criação de peças personalizadas de forma rápida, prontas para vestir, com quase zero de resíduos, segundo a universidade. A tecnologia também pode acabar com roupas e sapatos mal ajustados. Os clientes do futuro poderão enviar às lojas um upload de seus corpos escaneados e receber a peça ou o calçado fabricado de acordo com suas medidas.
Analistas apontam que a produção de roupas por impressão 3D vai revolucionar a indústria da moda e o varejo online por meio da manufatura digital, deixando para trás técnicas têxteis que remontam ao século XIX. O Reino Unido vem liderando a inovação digital em 3D para a área têxtil. Além da Loughborough, a Universidade Hertfordshire produziu recentemente uma mini coleção de vestidos impressos em 3D com tecidos leves e maleáveis.