Produtividade, competitividade e capital humano foram tema do evento, que contou ainda com o lançamento da Liga de Descarbonização

A 10ª edição do Congresso Internacional da Abit, realizada em 2025, discutiu o futuro da indústria brasileira têxtil e de confecção de vestuário sob o ponto de vista da produtividade e da competitividade, em diferentes frentes. Estado do parque de máquinas e equipamentos das empresas industriais do setor, assim como gestão do capital humano, foram abordados em 15 intervenções de especialistas, entre painéis, palestras e sessões especiais.
O cenário de envelhecimento das máquinas e equipamentos do setor foi uma das constatações apontada como entrave para aumento de produtividade e, consequentemente, da competitividade das empresas locais. A média atribuída ao parque da indústria têxtil é de 14 anos e de 11 anos para a indústria de confecção de vestuário e acessórios.
Especialistas defendem que no âmbito de uma indústria forte o ideal variaria de 5 a 10 anos para o parque instalado. Máquinas e equipamentos antigos afetam a produtividade, aumentam custos de manutenção e dificultam a adoção de processos sustentáveis. Mais uma vez, o setor defendeu a necessidade de renovação tecnológica a partir de políticas públicas de incentivo.
No aspecto de capital humano, o setor convive com salários abaixo da média praticada pela indústria da transformação, com algumas sondagens apontando para defasagem de quase 50%. Salários baixos dificultam a retenção de talentos e, mais ainda, a atratividade de jovens. Sem gente preparada, fica difícil atingir inovação, competitividade e produtividade industrial.
O LÍDER DE 2030
A gestão do capital humano inclui a constante atualização por parte da liderança das empresas de modo a acompanhar os novos tempos. Conforme a palestrante que encerrou o congresso, Michelle Schnaider, as 10 habilidades esperadas para a liderança em 2030 incluem, por ordem de importância:
1 – Habilidade técnica para usar IA e big data
2 – Habilidade técnica para usar redes e segurança cibernéticas
3 – Letramento Tecnológico
4 – Pensamento Criativo
5 – Resiliência, flexibilidade e agilidade
6 – Curiosidade e aprendizado contínuos
7 – Liderança e influência digital
8 – Gestão de talentos
9 – Pensamento analítico (que era a habilidade nº 1 de 2025)
10 – Responsabilidade ambiental, que sequer aparecia entre as habilidades esperadas para um líder em 2025.
LANÇAMENTOS
Durante o Congresso Abit 2025 foram lançadas duas ferramentas para a indústria. Uma é o início da Liga de Descarbonização, que nasce com cerca de 30 empresas signatárias. A intenção é incentivar as companhias do setor a mensurar e divulgar suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2027, promovendo transparência e práticas empresariais de baixo carbono.
Trata-se de um movimento voluntário de engajamento, liderado pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), com apoio de mais de 10 organizações mobilizadoras.
Com o Observatório Nacional da Indústria, da CNI (Confederação Nacional da Indústria), a Abit lançou um dashboard específico para o setor, ainda em aperfeiçoamento. A ferramenta oferece dados atualizados sobre eficiência energética, emissão de carbono e competitividade, além de mostrar a evolução desses indicadores ao longo do tempo.




