Empresa detém patente para tecnologia de fiação

Empresa Fiberlink detém patente para tecnologia de fiação

Fiberlink desenvolveu processo para prevenir descarte de microplásticos nos oceanos.

Empresa Fiberlink detém patente para tecnologia de fiação

A partir de uma tecnologia cuja patente foi obtida em 2018, a Fiberlink começa a apresentar ao mercado os primeiros protótipos com o processo que desenvolveu para combinar filamentos sintéticos e artificiais junto com os fiados artificiais e naturais. Durante a Febratex 2022, a startup abordou suas dua linhas de produtos. A proposta é prevenir o descarte de microplásticos nos oceanos.

Uma linha foi batizada de Biocell, de fonte natural, como o milho. E outra chamada Loopcell que combina bases sintéticas com naturais cujos derivados podem ser reprocessados infinitamente sem problema algum, explica Fernando Marin, fundador da startup, originalmente nomeada de Clean Ocean Technology.

Como parte de sua participação na Febratex, Marin mostrou os primeiros protótipos. Entre os produtos, exibiu o vestido feito de malha à base de folhas de milho processadas. Sem informar a marca, ele conta que a empresa produziu uma cápsula com 50 vestidos brancos a ser lançada para o revéillon. A matéria combina fio importado com liocel.

A Biocell também trabalha com fibra derivada da celulose de eucalipto.

Uma camiseta mescla feita de Loopcell; o cabedal de um tênis infantil produzido por um fabricante de Birigüi (polo calçadista do interior de São Paulo); e uma legging também compuseram as amostras levadas para a feira realizada no final de agosto em Blumenau, Santa Catarina.

PROCESSO

Conforme Marin, a combinação de filamentos e fios deriva de processo mecânico realizado na fábrica da família em Santa Bárbara d’ Oeste, interior de São Paulo, com capacidade hoje para cem toneladas por mês. Segundo ele, a tecnologia combina “fibra da natureza fiada”, como algodão e viscose, com filamentos sintéticos. “O que vai dar as caraterísticas de durabilidade da roupa e estruturação do fio fiado é o filamento com o nosso processo. O fio fiado em contrapartida gera menos fricção para os microcapilares do filamento, gerando menos rupturas e, assim, tem menos material indo do filamento para o meio ambiente”, garante.

Marin comenta que a tecnologia da Fiberlink, além de evitar o desprendimento de resíduos das fibras que poluem os oceanos, possibilita o loop fechado para circularidade das roupas.

Como startup de tecnologia obteve recurso da Shell Startup Engine e da Startupbootcamp FashionTech, da Itália, que rendeu o contato com a Ratti, fabricante de tecidos para o mercado de luxo com a qual espera apresentar um protótipo no final deste ano.

Na avaliação dele, os fios derivados de garrafa PET descartada e reprocessada são agentes multiplicadores da poluição dos oceanos por microplásticos. “Porque pega uma garrafa PET, tritura, mistura com algodão para fazer fio, e fazer um tecido e uma roupa que será lavada e essas microfibras de plástico triturado vão voltar em grandes quantidades para o oceano, prejudicando cada vez mais”, argumenta.

foto: GBLjeans