Ferramenta mede risco ambiental de fibras

Ferramenta do Google mede impacto ambiental das fibras têxteis

Google lança versão inicial da plataforma online GFIE, que será gerida pela Textile Exchange.

Depois de anunciar o projeto em 2020, o Google anuncia a primeira versão da plataforma online GFIE, de Global Fiber Impact Explorer, ainda de uso restrito. A ferramenta mede o risco ambiental associado a fibras têxteis. O desenvolvimento a participação do WWF (World Wide Fund for Nature). A intenção é abrir o acesso aos dados para a indústria a partir de 2022. E, por isso, a gestão da plataforma está em processo de migração para ser gerida pela Textile Exchange.

Em preparação para essa abertura da plataforma, as empresas que quiserem podem fazer o registro de interesse no site da GFIE.

A Textile Exchange é uma organização sem fins lucrativos que mantém um conjunto de padrões de certificação para fibras e outros materiais.

“Como anfitriã oficial do GFIE, a Textile Exchange continuará o desenvolvimento da ferramenta, incorporará novas marcas e trabalhará para o lançamento da indústria em 2022”, disse o Google em comunicado oficial.

ORIGEM DO PROJETO

A inciativa de desenvolvimento de uma plataforma de rastreabilidade a ser usada pela indústria da moda partiu da Europa, anunciada no ano passado. Mais especificamente das subsidiárias do Google da Irlanda e da WWF da Suécia.

O projeto avançou, contando com a participação da marca de Stella McCartney para entender as necessidades do setor e testar a plataforma.

Comunicado do Google explica que outras marcas e varejistas, como Adidas, H&M e VF Corporation, ajudaram a testar e refinar a ferramenta de modo que possa ser útil para todos na indústria. Também constituiu um conselho externo de especialistas globais que revisaram a metodologia e os dados do GFIE.

20 FIBRAS MAPEADAS

Ferramenta do Google mede impacto ambiental das fibras têxteis

Tela do painel GFIE no qual as empresas carregam dados sobre as fibras empregadas e recebem eventuais recomendações para reduzir o risco ambiental associado à produção delas.

A ferramenta mede o risco ambiental associado a cerca de 20 tipos diferentes de fibras – incluindo materiais naturais, celulósicos e sintéticos. Mas a análise não será genérica. A intenção é ter dados sobre cada região de produção avaliada de acordo com fatores ambientais, como poluição do ar, biodiversidade, clima e gases de efeito estufa, silvicultura e uso de água.

“Grande parte desse impacto ocorre no estágio de matérias-primas da cadeia de abastecimento, como quando o algodão é cultivado ou as árvores são cortadas para criar viscose. Mas quando as marcas adquirem esses materiais, muitas vezes têm pouca ou nenhuma visibilidade sobre o impacto ambiental deles”, comenta o comunicado do Google.

A ferramenta também fornecerá recomendações para atividades de redução de risco específicas e regionais, incluindo oportunidades de trabalhar com agricultores, produtores e comunidades, como o investimento em práticas de agricultura regenerativa.

O mapeamento combina uma série de recursos. Inclui o uso do Google Earth Engine, fornecendo imagens de satélite e informações geoespaciais que podem detectar alterações, mapear tendências e quantificar diferenças na superfície da Terra.

O WWF abrirá suas bases de dados sobre matérias-primas têxteis e a estrutura para cálculo e processamento de cada tipo de dado.

A plataforma roda na infraestrutura do Google Cloud, incluindo ferramentas de análise de big data e inteligência artificial.

PROBLEMAS NA TURQUIA

Usando a ferramenta, a equipe de Stella McCartney identificou fontes de algodão no oeste da Turquia que enfrentam riscos de disponibilidade de água que se agravarão se nada for feito. A opção de mitigação recomendada para o problema passa pelo investimento em comunidades agrícolas locais que focam em práticas regenerativas, como manejo da água e recuperação do solo.