Empresa Centésimo abre nova frente de trabalho como atender franquias interessadas em modernizar a área de treinamento.
Com 11 anos de mercado, a Centésimo construiu reputação atendendo grandes indústrias e bancos a partir de soluções de realidade aumentada e gamification. A queda do preço das ferramentas levou a empresa a abrir nova frente de trabalho. O interesse é levar essa tecnologia até o varejo. Para isso, foi uma das empresas selecionadas para compor a área Lab ABF dentro da feira realizada pela Associação Brasileira de Franchising, em São Paulo, na semana passada.
Segundo Ricardo Infantozzi, fundador da Centésimo, a ferramenta permite aplicações variadas. “É possível realizar ações que custam a partir de R$ 400”, afirma o empresário. Na ABF, a ênfase foi em treinamento de equipes comerciais usando técnicas que combinam games e realidade aumentada com vídeos 360º. Entre os cases, Infantozzi cita a rede de cosméticos do Grupo Sílvio Santos, a Jequiti, que treina uma legião de consultoras sobre as linhas de produtos que são renovadas a cada 21 dias.
A realidade aumentada foi aplicada ao catálogo, veiculando os argumentos de venda para cada produto. Segundo a empresa, foi registrado aumento de vendas de produtos mais complexos como cremes e maquiagem. Uma conhecida rede de franquias de calçados femininos também usa a solução da Centésimo que incorpora games para treinar e capacitar franquiados e os vendedores das centenas de lojas.
O empresário aponta soluções mais simples como uma marca de roupas do sul que imprimiu um código na sacola entregue aos lojistas. Ao baixar o app e mirar o código, o lojista assiste ao vídeo do desfile da nova coleção. “Temos ferramentas para diferentes situações. Do desfile à vitrine viva, dicas de moda e de uso, promoções relâmpago para aumentar o ticket médio”, acrescenta Infantozzi.
OUTROS CASES
A indústria Sayerlack que fabrica uma série de produtos para tratamento de madeira, como tintas e vernizes, usou game com realidade aumentada para treinar os balconistas das lojas que comercializam sua linha de produtos. É um jogo do tipo Candy Crush. Tem ranking de pontuação por performance. Os melhores recebem prêmios por desempenho. “Dessa forma a empresa consegue saber quem fez o curso, onde e quando, porque conta ainda com recurso de geolocalização”, explica Infantozzi. Só com esse game, a Sayerlack acumula 4 mil pessoas cadastradas.
Com treinamento presencial dificilmente a empresa conseguiria atingir esse universo, avalia o empresário. O fundador da Centésimo acrescenta ainda que essa forma lúdica de difundir conhecimento aumenta o potencial de aprendizado e retenção do que foi exposto. Um treinamento abrangente pode custar em torno de R$ 40 mil.
PRIMEIRO GRANDE CLIENTE
Em 2010, dois anos depois de ser fundada, a Centésimo propôs à Estrela inovar com realidade aumentada o tradicional brinquedo Pula-Pirata, que o fabricante pretendia tirar do mercado. Com realidade aumentada aplicada na embalagem, o brinquedo ganhou sobrevida e até hoje é vendido. O código leva a um game que permite jogar o Pula Pirata pelo celular. “No brinquedo físico, a criança perde a espada, a mola quebra. Com o game é para sempre”, observa Ricardo Infantozzi.
Recurso semelhante foi adotado para a boneca Suzi no ano seguinte, com jogo que permite trocar as roupas.
Nesses 11 anos de operação, a Centésimo acumula 2 milhões de downloads de seus aplicativos e em torno de 50 cases, contabiliza o empresário.