Em nova fase, 40% das peças da linha fitness da varejista são desenvolvidos em 3D.
Na terceira coleção da linha fitness Get Over desenvolvida com tecnologia 3D, a Renner avança para 40% das peças feitas de modo digital. Ainda que parcial, a digitalização causa impactos no processo todo, desde a economia de materiais ao evitar amostras físicas (de 25 a 30 quilos no caso da Get Over), até a redução do prazo desde a criação à liberação para produção, ressaltou Akihito Hira, gerente de coleções digitais da varejista.
No caso da Get Over, a Renner cortou pela metade a quantidade de amostras físicas produzidas, reduziu em 25% o prazo de chegada da coleção ao mercado, ficando cada vez mais próximo da estação à qual se destina, acrescentou Janete Marquardt, gerente sênior de desenvolvimento de produto técnico.
Junto com Kátia Suzuki, da Clo3D, fornecedora da tecnologia tridimensional aplicada à moda, os dois executivos da varejista participaram de palestra no Febratex Summit, realizado em meados de agosto. Contaram sobre a experiência com a tecnologia até que a Renner avança para a virtualização de 40% do desenvolvimento da coleção da linha fitness.
INÍCIO
Para montar a base do sistema, a Renner usou scanner de modo a tomar as medidas de corpos reais. De posse dessas informações, construiu manequins físicos e virtuais.
Em seguida, iniciou a construção de uma base de modelagens, outra base com materiais têxteis e suas propriedades físicas como densidade, gramatura e caimento, para só, então, na terceira coleção liberar essas ferramentas para os estilistas fazerem o desenvolvimento de produtos. “Com esses recursos, o estilista trabalha como se montasse um Lego, alterando estampas e cores”, descreveu Hira.
O executivo afirma que a virtualização de grande parte do processo de desenvolvimento não dispensa o uso da amostra fisica que continua necessária. Ele citou um caso de correção de rota em função desses testes. Peças físicas foram testadas nos bonecos de prova construídos a partir de medidas reais. Mas a equipe encontrou problemas de caimento.
Inicialmente, os profissionais consideraram que fosse um problema de modelagem. Novas tentativas mostraram que diferentemente do corpo humano os manequins de prova eram feitos de material rígido que não cedia à compressão planejada para a roupa, no caso um top. Foi, então, que desde julho a Renner usa manequins feitos de material maleável, capaz de se moldar conforme o nível de compressão.
CAPACITAÇÃO
“O 3D na moda ainda é novo. Talvez no futuro quem utilizará essa tecnologia será um 3D designer e não um estilista ou modelista”, avaliou Kátia Suzuki, diretora comercial da CLO Virtual Fashion, empresa sul-coreana fundada em 2009, que abriu escritório no Brasil no ano passado.
foto: divulgação