Engenheiros da instituição americana Purdue anunciaram avanços no desenvolvimento do que chamam de pele eletrônica, que poderia revestir de trajes para pessoas com deficiência física a macacões de astronautas.
Tecidos robóticos representam um novo campo de pesquisa em tecnologia wearable e um dos projetos em desenvolvimento nessa área, coordenado por pesquisadores da Purdue, universidade americana de Indiana, anunciou avanços. No caso deles, criaram um tecido robótico, com característica de uma pele eletrônica, produzida em base de algodão contendo sensores feitos de fibras de polímero flexível e uma liga semelhante à linha de costura com memória de forma.
Sob calor, essa liga dilata e retorne ao estado anterior, fazendo com que o tecido se mova por causa dessa contração. Dependendo da direção aplicada, o movimento dessa “pele eletrônica” pode ser como o de uma lagarta, deslizando, ou ser um movimento peristáltico, de contração muscular. Além da função de contração e condução, o tecido robótico criado pelos pesquisadores da Purdue incorpora também sensores. Uma das aplicações em análise para ele seria a fabricação de robôs leves, nos quais todos os elementos funcionais são incorporados nessa pele elástica, e suficientemente robustos para serem usados em missões espaciais.
O trabalho foi apresentado no mês passado, durante conferência internacional sobre robôs e sistemas inteligentes em Chicago, nos Estados Unidos. Em nota, a professora assistente da faculdade de Engenharia Mecânica da Purdue, Rebecca Kramer, que coordena a pesquisa, explicou: “Integramos as funções de condução e sensoriamento no mesmo tecido, enquanto a maioria dos tecidos robóticos atualmente em desenvolvimento apresentam componentes eletrônicos separados, ou somente sensores ou outros que utilizam fio condutor”. Ela também afirmou que a equipe usou técnicas conhecidas de costura para implantar os elementos condutores e os sensores no tecido em formato de fio, de modo que sua produção seria viável na infra-estrutura atual da indústria têxtil.
Outro projeto relacionado, também apresentado no evento, pelos mesmos pesquisadores mostraram um tipo de tecido robótico com “rigidez variável”. Usa um polímero com memória de forma que quando aquecido mediante a passagem de corrente elétrica, amolece, e depois retorna ao estado original quando o calor diminui. Uma das aplicações em estudo é o uso médico na forma de uma cinta de suporte, que poderia ajudar pessoas com algum tipo de deficiência física ou motora.