ABVTex pede redução de imposto para roupas de inverno

A Associação Brasileira do Varejo Têxtil entrou com pedido junto à Câmara de Comércio Exterior para a queda da alíquota de 35% para 20% em quatro categorias de produtos

A ABVTex (Associação Brasileira do Varejo Têxtil) entrou com um pedido junto à Camex (Câmara de Comércio Exterior) para a redução da alíquota de importação de produtos de inverno de 35% para 20%. Para a entidade, que reúne grandes varejistas como C&A, Riachuelo e Renner, a indústria nacional não tem capacidade de produção destes itens em grande escala e com a qualidade demandada pelo consumidor. “A Camex, que envolve vários órgãos, está ouvindo as partes interessadas e deve ter uma posição até dezembro”, afirma diretor executivo da ABVTex, Edmundo Lima.

Hoje a alíquota de 35% incide sobre todos os produtos têxteis de forma indiscriminada. O pedido da ABVTex é específico para quatro categorias de produtos: sobretudos e casacos masculinos de fibra sintética ou artificial; suéteres, pulôveres e cardigãs unissex. O imposto de importação de itens têxteis e calçados foi de 20% até 2007, quando passou para 35% para combater a importação principalmente da China. De acordo com Lima, os altos impostos nesses produtos penalizam o consumidor de média e baixa renda das regiões sul e sudeste.

Ele ressalta que a participação de produtos importados no mix do varejo têxtil no ano passado foi de apenas 10%, e neste ano alcançou 12%. “Uma menor alíquota poderia motivar o empresário local a atualizar o parque de máquinas, fomentando a inovação e produtividade na indústria”, afirma.

A ABVTex encomendou um estudo à Fundação Getúlio Vargas (FGV) que mostra os impactos da redução na alíquota do imposto de importação sobre peças de vestuário de inverno. Se o país adotasse a medida, segundo o estudo, em 2018, o impacto no consumo dos produtos alcançaria R$ 93 milhões e a geração de aproximadamente R$ 92,7 milhões em atividades adicionais para os setores de transportes e comércio e R$ 59,1 milhões em geração de valor agregado, além de 1,6 mil postos de trabalho principalmente nos setores de comércio e transporte.

RETOMADA

O varejo sentiu uma retomada de vendas a partir do segundo semestre e a expectativa até o final do ano são “extremamente positivas” já levando em conta eventos como a Black Friday (que promove descontos no dia 17 de novembro) e o Natal, diz Lima.