C&A divulga relatório com ações de 2017

Participação do Brasil diminui em volume de produção, mas piloto de coleta de roupas usadas será expandido no país em 2018

Com a meta de em 2020 ter 100% dos produtos confeccionados por fornecedores com fábricas na classificação A e B, a C&A divulgou esta semana seu relatório global de sustentabilidade com as ações e dados de 2017, no qual o Brasil figura desde o ano passado junto com o México. Como em 2016, a fabricação de 93% dos produtos comercializados pela rede varejista estão concentrados em nove países. O Brasil continua sendo o terceiro maior fornecedor de vestuário da cadeia global da companhia, mas a participação caiu, de 16% do total, no relatório de 2016, para 14,2% do total na edição de 2017.

O ranking de parceiros industriais não mudou de um ano para o outro. A variação é de participação no bolo total. As fábricas de Bangladesh, que respondiam por 28% de toda a produção movimentada pela varejista em 2016, passaram para 31,9% no ano passado. Em segundo lugar permanecem as confecções da China, suportando 16,2% do volume global em 2017, um ponto percentual a menos que em 2016.

No Brasil, em 2017, 68,1% da produção é realizada em fábricas com classificação A e B, que são “aquelas que não registraram violações graves em relação às ponderações que correspondem a cada elemento do nosso Código de Conduta para o Fornecimento de Mercadoria”, afirma o relatório, destacando que atualmente os critérios ficaram mais rigorosos em relação a segurança contra incêndio, meio ambiente e jornada de trabalho. Em 2016, esse percentual era de 41,7% no Brasil. Isso não significa que a maioria das unidades produtivas brasileiras sejam A ou B. Do total de fornecedores (entre oficinas de costura, PLs, lavanderias, oficinas de bordado) que atendem a C&A no Brasil 16,5% estão classificadas como A e outros 19,3% como B.

De acordo com o relatório atual, cerca de 55% dos trabalhadores da rede de fornecedores da C&A no mundo trabalham em fábricas classificadas como A e B. “Isso representa uma redução de seis pontos percentuais desde 2016, quando 61% dos trabalhadores estavam em fábricas de primeira linha. A redução é resultado da recategorização de 11 perguntas cruciais para um nível de severidade mais alto, causando uma queda na classificação de muitos fornecedores”, observa o balanço de 2017.

AÇÕES MAPEADAS E PLANOS
Em 2017, a C&A adotou medidas para aumentar o uso de tecidos feitos com fibras recicladas nas coleções. A região da Europa empregou, por exemplo, poliéster reciclado em agasalhos e blusas; náilon reciclado em lingerie; e algodão reciclado nos jeans. Outra iniciativa é ter mais produtos com a certificação Cradle-to-Cradle sendo comercializados em lojas físicas. “Na Europa, entregaremos mais de 2 milhões de produtos com o selo C2C nas próximas duas temporadas”, reforça o relatório anual.

No Brasil, em setembro passado, a C&A lançou dois modelos de camisetas, um de homem outro de mulher, em seis cores, com o nível gold da certificação C2C, em parceria com a Fashion for Good. Também no país, a varejista pretende expandir o programa de coleta de roupas usadas, que funcionou como projeto-piloto em 31 lojas em 2017, passando para 80 unidades até o final de 2018.

Ainda na Europa, o balanço informa que no ano passado foram comercializadas 200 mil jeggings de denim para mulheres, produzidas a partir de resíduos e conteúdo reciclado com a certificação da Global Recycled Standard (GRS).