Para a varejista, o início de ano é sempre mais fraco em vendas mas a inflação ofuscou a recuperação.

Ainda que a receita líquida de janeiro a março tenha crescido 54,1%, para
R$1,19 bilhão, a C&A Brasil registrou prejuízo líquido no 1º trimestre de 2021. A perda da varejista de moda anotou R$152,7 milhões, aumento de 10% sobre o prejuízo acumulado no primeiro trimestre de 2020. Conforme a apresentação da empresa a investidores, dois fatores afetaram o desempenho.Um deles é próprio do negócio e tem a ver com a sazonalidade das vendas, tradicionalmente mais fracas no início de ano. E foram ainda mais afetadas em 2022 pelo impacto da variante ômicron de covid 19 em janeiro e fevereiro, que reduziu o fluxo de clientes nas lojas físicas. A melhora gradual começou em março e se estendeu pelo segundo trimestre, afirma o relatório que acompanha os resultados financeiros da varejista.
O segundo fator a afetar o desempenho é a inflação que tem “ofuscado a recuperação das vendas”, ressaltou a C&A na teleconferência com analistas e investidores de mercado.
No informe ao mercado, a C&A reporta ainda aumento substancial do nível de endividamento. A dívida líquida chegou a R$1,07 bilhão no primeiro trimestre, ante R$180,6 milhões no mesmo trimestre de 2021.
EXPECTATIVA DE CRESCER
Apesar do prejuízo que a C&A registrou, a avaliação da empresa é de confiança de crescimento ao longo de 2022. Mantém o planejamento de abrir de 20 a 25 lojas por ano. Ao final de março, a C&A operava com 319 lojas, o mesmo que tinha em dezembro. Isso porque a varejista inaugurou duas lojas, mas fechou duas (uma em Natal, no Rio Grande do Norte, e a de Botafogo, bairro da cidade do Rio de Janeiro).
O investimento de janeiro a março totalizou R$55,5 milhões, dos quais R$24,9 milhões em tecnologia e R$22,5 milhões em novas lojas.
A C&A mostra-se otimista também com o potencial de novas iniciativas, como o lançamento da marca Ace que em abril ganhou a terceira loja no modelo “double door”, na cidade de São Paulo, no Shopping Anália Franco. As outras duas funcionam em Fortaleza (CE) e em Campinas.
De acordo com a varejista de moda, desde que foi lançada, a Ace nesse modelo contribuiu com R$450 milhões de receita.
foto: parceria da C&A e Surreal (divulgação)