Para atender o consumidor final, as marcas ampliam o mix de produtos e investem em coleções coordenadas
A atuação no varejo próprio exige das empresas cuidados especiais com a linha de produtos a ser comercializada. Diferentemente, de quando atende apenas ao atacado, no varejo, a marca deve obrigatoriamente pensar em vestir o consumidor dos pés à cabeça, o que significa incluir no mix de produtos camisetas, camisas, blusas, calçados e acessórios, além do jeans.
As prioridades para o desenvolvimento das coleções também devem mudar porque as peças criadas devem contemplar o mesmo conceito, permitindo a coordenação entre elas de acordo com o estilo proposto, ao mesmo tempo em que mantêm a coesão com a imagem que a marca pretende transmitir. A marca precisa considerar que, por comodidade ou falta de tempo, muitos consumidores buscam encontrar o look completo em um só lugar.
Entre as marcas que decidiram incrementar o mix de produtos e lançar modelos constantemente está a Gata Bakana, que entrou diretamente no varejo em 2008 e, hoje, conta com duas franquias. “Fazíamos duas campanhas e duas coleções por ano quando trabalhávamos só com atacado. Agora, precisamos atender a demanda de Natal, Ano Novo e outras datas especiais que movimentam o varejo, como o Dia dos Namorados”, conta o diretor comercial da marca Maurício Schlindwein.
A Morena Rosa abriu loja própria de varejo, no ano passado e também ampliou o mix de produtos, inserindo uma linha de acessórios na coleção. “Mas em relação a conceito não mudamos nada; o produto continua o mesmo. O que muda é a variedade, já que na loja-conceito é obrigatório ter de tudo”, afirma o gerente de marketing do grupo Morena Rosa, Edgard Almeida.
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Coleção para o varejo e outra,
Ao manter dois canais de distribuição distintos – atacado e varejo, as marcas se deparam na área de produtos. De acordo com a consultora especialista em varejo Ana Vecchi, uma forma de contornar o problema seria a criação de linhas de produtos direcionada por tipo de canal de vendas, como faz a Hering, por exemplo, que deixa as peças básicas para as multimarcas e as mais conceituais para a rede de lojas. “Trabalhar com duas linhas separadas seria fundamental para haver o equilíbrio entre atacado e varejo. Mas não adianta só criar uma linha direcionada; é preciso informar isso ao mercado, ao consumidor final”, pondera a consultora.
Porém, poucas marcas adotaram esse modelo de negócio. A maioria investe no desenvolvimento de uma única coleção direcionada aos dois canais. “Pensamos em desenvolver coleções segmentadas para cada canal de vendas sim. Mas não agora, porque isso exige um planejamento de longo prazo”, afirma Cláudio Santos Júnior, gerente comercial de atacado e varejo da Dress To, que tem uma rede de 37 lojas, entre próprias e franqueadas. Segundo ele, é fundamental ter um mix de produtos bem variado para atender o consumidor final.
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fotos: divulgação