Nos últimos dias, circularam notícias sobre mudanças na estrutura da holding, entre as quais a venda da Richards para o Soma.
Assim como no ano passado, a Inbrands abriu 2020 no vermelho. Mas, a perda dobrou em relação aos primeiros três meses de 2019. No primeiro trimestre de 2020, o prejuízo líquido foi deR$45,41 milhões, ante R$18,79 milhões em igual período do ano passado. O mesmo confronto indica queda de 40% na receita líquida. De janeiro a março, a holding faturou R$89,88 milhões.
No relatório que acompanha o balanço financeiro, a companhia atribui o resultado desfavorável aos efeitos da pandemia de covid-19. A rede de lojas das marcas do grupo foram fechadas em 20 de março, dez dias depois que a coleção de outono foi lançada, comprometendo as vendas da estação. Da mesma forma, as vendas de-commerce não foram suficientes para compensar o impacto de 11 dias de lojas fechadas em março. Parte da redução de receita também é justificada pela política adotada desde o segundo semestre do ano passado de não liquidar coleções dentro da própria estação.
O prejuízo do primeiro trimestre interrompeu um semestre inteiro rentável, que levou a companhia a fechar 2019 com lucro líquido. Porém, a pandemia obrigou mudanças bruscas de estratégia. Como outras empresas, a Inbrands renegociou prazos de pagamento com fornecedores, reduziu volume de produção e compras. O relatório trimestral informa ainda que houve negociação com credores financeiros, bancos, fundos e debenturistas para a postergação do pagamento de juros e o principal, entre outras medidas.
CIRCULA INFORMAÇÃO DE VENDA DA RICHARDS PARA O SOMA
O cenário difícil colocou a Inbrands às voltas com notícias de que estaria preparando pedido de recuperação judicial. A holding emitiu comunicado ao mercado desmentindo a informação veiculada pelo jornal O Estado de S.Paulo em junho. O noticiário recente do mesmo jornal informa que haveria negociação com o carioca Grupo Soma envolvendo a venda da Richards, marca originalmente do Rio de Janeiro adquirida pela holding paulista há uma década. Até o momento, a Inbrands não publicou comunicado acerca da notícia.
A companhia controla ainda Ellus, Bobstore, Second Floor, Selaria, Salinas, VR (menswear e Kids), Mandi e Herchcovitch;Alexandre. Também tem joint venture para a Tommy Hilfiger no Brasil; e a Luminosidade, empresa organizadora da São Paulo Fashion Week.