Com margens pressionadas, varejista vai trabalhar sobre quatro pilares entre os quais alongamento do prazo de pagamento de fornecedores.
No balanço divulgado esta semana, a Riachuelo reportou aumento de receita líquida de 17,9% para alcançar R$ 1,32 bilhão, no segundo trimestre do ano. Apesar de registrar lucro líquido de R$ 74,63 milhões, a varejista viu os ganhos caírem 40% em relação a igual período do ano passado. As margens foram pressionadas pelo alto nível de estoque já enfrentado no primeiro trimestre e que se estendeu pelo segundo, além da queda nas vendas atribuída a uma coleção que não correspondeu ao esperado, à falta de frio, a queda do poder de compra do consumidor e a guerra de preços no setor, que levaram a companhia a intensificar as demarcações de preços.
Em teleconferência com analistas, a diretoria da Riachuelo informou que a companhia reconhece os problemas e que está trabalhando para resolvê-los. Até o final do ano, vai trabalhar sobre quatro pilares principais: extensão do prazo de pagamento a fornecedores; reduzir o ritmo de investimentos na abertura de lojas; aumentar ainda mais o nível de produtividades por loja; e readequação dos volumes de operações financeiras.
A previsão é as margens continuarem comprimidas no segundo semestre do ano, melhorando gradativamente. O maior desafio permanece sendo o de reduzir os estoques para “os níveis adequados”, com o intuito de chegar ao equilíbrio ao final do ano. O ritmo de investimentos em 2015 será mais contido, reduzindo a previsão de 40 lojas por ano, que era a média dos últimos anos, para cerca de 30 unidades em 2015.
No primeiro semestre, foram abertas 13 lojas, dez delas no segundo trimestre, expandindo a rede para 270 pontos de venda, mediante investimentos avaliados em R$ 99,7 milhões, ante R$ 81,9 milhões aplicados de janeiro a junho de 2014. O volume total de recursos desembolsados no primeiro semestre pela companhia foi de R$ 249,6 milhões, sendo que R$ 102,5 milhões foram direcionados para o novo centro de distribuição que tem previsão de entrar em operação no início do ano que vem, informou a empresa para os analistas de mercado. No ano passado, o investimento total no primeiro semestre foi de R$ 135,2 milhões.
De janeiro a junho de 2015, a quantidade de peças produzidas pela Guararapes Confecções subiu 12,4%, passando de 18,5 milhões de itens, em igual período de 2014, para 20,8 milhões, sendo que a expansão maior, de quase 23%, foi verificada no segundo trimestre.