Contrariando expectativa de retomada das vendas no semestre, varejista contém investimentos em novas lojas, em 2017, optando por novo modelo de reformas.
Otimista ao final do segundo trimestre, avaliando que o fundo do poço havia ficado para trás, Flávio Rocha, CEO do grupo Guararapes, dono da Riachuelo, refez a análise, apesar da surpresa. Avalia que o segundo semestre não será diferente do primeiro e os investimentos foram contidos. “Momentaneamente estamos revendo nosso agressivo plano de expansão”, afirmou em conferência com analistas de mercado na manhã de ontem, 08 de novembro, sobre os resultados do terceiro trimestre do ano.
Com a loja de Juiz de Fora (MG), prevista para ser aberta na próxima semana, a varejista de moda totalizará sete novas unidades ao longo de 2016 inteiro e ficará por isso. “O foco em 2017 serão as reformas das lojas em um formato de baixo custo e grande impacto na apresentação dos produtos, layout que ressalta para o consumidor a nossa variedade de mix com pouca profundidade de estoque”, informou Rocha.
O empresário salientou que 2016 se revelou “mais desafiador e difícil que 2015, que foi de longe o pior ano da década”. Por isso, em 2017, os investimentos serão mais contidos que o planejado, concentrados na reforma das lojas para adequação ao novo formato. No início de 2016, a companhia previa investir de R$ 450 milhões a R$ 500 milhões no ano. Até setembro, foram desembolsados em torno de R$ 94 milhões, com a expectativa de não ultrapassar a média trimestral no final do ano.
RESULTADOS DO TRIMESTRE
A receita líquida consolidada do grupo Guararapes no terceiro trimestre alcançou R$ 1,39 bilhão, correspondendo a aumento de 5,5% sobre o faturado em igual trimestre do ano passado. No mesmo período de comparação, o lucro líquido despencou 44,4%, somando R$ 17,81 milhões. No consolidado de nove meses, o declínio é ainda maior. Recuou 66% para R$ 65 milhões, de janeiro a setembro.
Em função da nova realidade, a Riachuelo não abriu loja entre julho e setembro, ficando com 289 pontos. Além das quatro abertas no primeiro semestre, outras três foram inauguradas entre outubro e novembro, totalizando sete novos pontos em 2016.
O grupo é dono da confecção Guararapes, cuja produção é totalmente dedicada a abastecer as lojas da Riachuelo. De julho a setembro, foram confeccionados 10,8 milhões de peças, um avanço em relação aos 9,7 milhões produzidos no terceiro trimestre de 2015. Dessa forma, a empresa manteve a curva de crescimento da produção própria iniciada no primeiro trimestre.