Os problemas de mix e reposição de produtos nas lojas afetou os resultados da varejista em 2019, mas a receita cresceu 8,6%.
Como no ano passado, o desempenho das vendas da Riachuelo no quarto trimestre sustentaram a maior parte do lucro líquido da companhia em 2019. Dos 592,7 milhões obtidos, R$ 440 milhões foram registrados no último trimestre. Ainda assim, ficaram 56,5% abaixo do apurado de outubro a dezembro de 2018, quando a companhia lucrou R$ 1,01 bilhão. Em 2019, os ganhos totais caíram 52% sobre o exercício anterior. O desempenho foi afetado pelos problemas com o mix de produtos e timing de reposição deles nas lojas. Ajustes que a varejista afirma ter concluído.
A receita líquida da empresa avançou 8,6% de um ano para o outro. Chegou a R$ 7,80 bilhões, dos quais R$ 2,43 bilhões faturados no último trimestre. A receita do quarto trimestre representou crescimento de 11,5% sobre igual período de 2018.
De modo geral, a Guararapes, a empresa do grupo responsável pela produção de itens de vestuário, confeccionou 44,8 milhões de peças, 4,1% a mais que em 2018. E, diferentemente de outros anos, o quarto trimestre subiu a produção para 12,4 milhões, aumento de 22,6% sobre o mesmo trimestre de 2018.
De abril a dezembro, a Riachuelo abriu nove lojas, encerrando o ano com 321 operações. Nenhum ponto foi fechado.
Quanto a investimento, a companhia aplicou R$ 379,4 milhões em 2019. Em teleconferência com analistas de mercado para comentar o balanço financeiro, Oswaldo Nunes, CEO da empresa, afirmou que a previsão é investir acima desse patamar, sem dar detalhes. Os desembolsos do quarto trimestre consumiram R$ 149,4 milhões.
Entre os projetos para 2020, a adoção de tecnologia RFID é considerado um dos mais importantes. Segundo Nunes, a empresa está testando algumas soluções. A intenção é iniciar os pilotos no início do segundo semestre.
EMPRESA VAI ABRIR 60 LOJAS DA CARTER’S
No início de fevereiro, a Riachuelo assinou contrato de licença com a americana Carter’s, com a qual tem parceria comercial desde 2015. O novo capítulo coloca a parceria em outro nível. Interessada em aumentar a participação no mercado brasileiro de roupas para bebês e crianças menorzinhas, a Carter’s decidiu nomear a Riachuelo para assumir todas as suas operações no país, incluindo o e-commerce, explicou Nunes.
A intenção é abrir lojas físicas próprias no varejo brasileiro. O CEO da Riachuelo avalia que tem potencial para abertura, no mínimo, de 60 lojas no decorrer de dez anos. Esse é o tempo de validade da licença, que pode ser estendida.
Pelo acerto entre as empresas, os clientes do e-commerce da marca infantil poderão retirar as mercadorias nas lojas da Riachuelo. Também a loja online e as físicas da Carter’s no país aceitarão pagamento pelo cartão da varejista brasileira.
A companhia americana detém as marcas Carter’s e OshKosh B’gosh, as mais conhecidas, comercializadas em lojas de departamento e varejistas especializados internacionalmente. Além de ter lojas dessas marcas operadas pela companhia nos Estados Unidos, no Canadá e no México. A marca Child of Mine da empresa é vendida na rede Walmart; a Just One You na rede Target; e a Simple Joys pela Amazon. O portfólio de marcas da Carter’s inclui ainda a Skip Hop.
