Encerrar a venda por catálogo foi uma das decisões, acompanhada do fechamento de quatro lojas e reavaliação da cadeia de fornecedores, entre outras medidas.
A varejista Lojas Marisa registrou uma perda maior no terceiro trimestre do ano. Encerrou o período acumulando prejuízo líquido de R$ 26,95 milhões, elevando as perdas nos primeiros nove meses do ano para R$ 52,50 milhões. A receita líquida recuou 3,8% em relação a igual intervalo do ano passado, para registrar R$ 747,22 milhões. O nível de investimento caiu 57% na comparação com julho a setembro de 2014, tendo sido aplicados R$ 23,22 milhões no terceiro trimestre de 2015.
Apesar dos resultados aquém do esperado, a diretoria da companhia em conferência com analistas de mercado avaliou que o balanço mostra sinais de que “estamos no caminho certo”. Aponta como indicadores de melhoria a queda de 5,1% no volume de estoque; o aumento da margem bruta de varejo; o EBITDA de varejo que alcançou R$ 10 milhões positivos contra R$ 3,1 milhões negativos no terceiro trimestre de 2014; entre outros aspectos.
Contudo, a avaliação da empresa é de que o cenário macroeconômico tende a se agravar em 2016 e, por isso, tomou medidas para preparar a organização para dias mais difíceis. Entre as medidas mais duras cita o encerramento da operação de venda por catálogo, “cujo custo anual pesava frente a um prazo de retorno cada vez mais longo”. Depois de três anos de acelerado crescimento da rede de lojas, a Marisa deu uma parada para reavaliação.
Já no primeiro trimestre havia fechado três lojas mantendo a rede com 413 unidades até setembro. Em outubro fechou mais quatro e colocou outras 15 em estado de monitoramento. São pontos com quatro ou cinco anos de funcionamento e que ainda não atingiram o ponto de equilíbrio financeiro. Se mesmo com as reformulações em curso, as vendas dessas unidades não reagirem, existe o risco de serem fechadas, admitiu a diretoria. De outro lado, destaca o plano de inaugurar mais uma loja até o final do ano e reinaugurar outras três.
O rigor de análise de resultado estende-se também ao plano das coleções. O objetivo é “melhorar a assertividade”, ao reduzir o volume de peças remarcadas; regionalizando a distribuição dos produtos de acordo com o perfil de cada região, especialmente em termos climáticos; melhorando a qualidade dos produtos e o mix. Também inclui a reavaliação da cadeia de fornecedores, especialmente dos de fora. As importações do inverno já estão garantidas, e para o verão 2017, a previsão é de um pequeno recuo no volume dos importados com substituição local.
Segundo a Marisa, as lojas registraram queda acentuada no tráfego de clientes a partir de setembro, também observada no movimento do ecommerce, atribuída ao menor poder de compra da faixa de consumidores que disputa, seja pelo desemprego ou pelo medo de perder o emprego, alta da inflação e juros altos.