Com queda de vendas, rede varejista de moda aprofunda perdas já registradas nos primeiros três meses do ano.
No segundo trimestre, a Lojas Marisa aprofundou as perdas, registrando prejuízo líquido de R$ 20,26 milhões que, somados aos R$ 5,3 milhões, elevaram o rombo para R$ 25,55 milhões no semestre, ante lucro líquido de R$ 25,6 milhões apurados nos seis primeiros meses de 2014. Também a receita líquida encolheu em 2,9% de abril a junho, ficando em R$ 789,36 milhões. Com a redução verificada no primeiro trimestre, a companhia encerrou o semestre com receita líquida de R$ 1,46 bilhão, queda de 2,7% sobre igual período do ano passado.
As perdas foram atribuídas principalmente à queda de vendas, mesmo com aumento no volume físico comercializado. Segundo a empresa, a expansão de 0,7% não foi suficiente para compensar a redução do preço médio de 4,9%, aplicada no trimestre. Em conferência com analistas de mercado, a Marisa explicou que já vem atuando com uma série de medidas para reverter os resultados, começando pela melhor qualidade dos estoques em termos financeiros, operação de lojas e desenvolvimento de coleções.
Se o canal de e-commerce evoluiu, o canal de vendas diretas vai passar por ajustes na referência de preços, em logística, na política de envio de catálogo, entre outras medidas que ainda estão sendo avaliadas. Ao final de junho, a Marisa contava com as mesmas 413 lojas de março, porém, nesse período, foi aberta uma unidade Marisa Ampliada no Sumaúma Park Shopping, em Manaus (AM), com mil metros quadrados, e fechada outra de 763 m2 de área, em Heliópolis, São Paulo (SP).
Faz parte dos planos a “melhor construção de preço e produtos”, com mudança de modelagens e “leitura melhor de moda”. Segundo a empresa, a coleção de verão apresentada em julho “já começa a virar com efeitos positivos”. Embora a expectativa seja de que a guerra de preços no varejo de moda vai continuar pelo segundo semestre, a Marisa não pretende entrar na disputa agressiva de promoções. Atenta à evolução do valor do dólar sobre o real, a companhia pondera outros fatores, como o custo do algodão que caiu; o recuo no preço do petróleo que se reflete sobre os tecidos sintéticos; e a China menos aquecida que oferece condições melhores de negociação. Também avalia que a grande capilaridade de sua rede representa forte vantagem competitiva.
Como já ocorrera no início do ano, o nível de investimentos foi refreado. Foram aplicados R$ 30,8 milhões de abril a junho, que corresponderam a menos da metade dos R$ 69,5 milhões realizados no segundo trimestre de 2014. De acordo com o relatório de desempenho da companhia: “Os principais projetos focados no ganho de eficiência da operação – particularmente os voltados para as áreas de logística e lojas – estão em fase avançada de implantação e a captura de ganhos deverá ter início a partir dos primeiros meses de 2016.”