Plano de recuperação anunciado pela varejista envolve fechamento de 90 lojas.
Mediante uma série de informações decorrentes do plano de recuperação que está implementando, a Marisa divulgou o balanço financeiro de 2022, ainda não auditado, que reporta prejuízo líquido que sobe a R$390,9 milhões. É muito superior à perda de R$93 milhões de 2021, cujo valor foi revisado nas demonstrações atuais. Anteriormente, a varejista reportara prejuízo líquido de R$71,7 milhões em 2021.
Não é a primeira vez que o prejuízo da companhia sobe a esse patamar. Em 2020, ano da pandemia de covid, a Marisa registrou prejuízo líquido de R$432 milhões, que reduziu no ano seguinte. Mas em 2022 o prejuízo da Marisa sobe, afetado pelo desempenho do braço financeiro do Mbank.
Junto com as demonstrações financeiras, que ainda não passaram pela auditoria externa, a cargo da Ernest & Young, a Marisa anunciou uma série de medidas de recuperação. Na parte de varejo, prevê o fechamento de prováveis 90 lojas, consideradas deficitárias. O informe ao mercado não menciona o tamanho atual da rede. Eram 344 unidades em operação ao final de setembro de 2022.
As medidas de reestruturação também prevêem renegociação com fornecedores e alterações no modelo atual de sourcing.
Sobre receita líquida, a varejista informa R$2,7 bilhões em 2022, crescimento de 10,2% na comparação com 2021, que também teve valores revisados para R$2,5 bilhões. O crescimento é creditado pela empresa basicamente ao aumento de preços acompanhado de atualização do mix.
No quarto trimestre, a receita líquida de R$830,3 milhões corresponde a queda de 1,6%.
CAPITALIZAÇÃO DO MBANK
A fim de reduzir o endividamento e melhorar a estrutura de custos, a empresa informou ao mercado que os acionistas controladores, a família Goldfarb, injetarão até o final de abril R$90 milhões de forma aumentar o capital da MPagamentos, via MBank, que passa a ser uma S.A.. Destaca, ainda que, caso necessário, promoverá até agosto um aporte adicional de R$26 milhões na Mpagamentos. Esse plano de capitalização depende ainda de análise pelo Banco Central.
Também haverá a separação da MCartões da Mpagamentos que passará então a concentrar todos os serviços financeiros da companhia.
De acordo com o informe ao mercado, a companhia diz que “A elevadissima taxa de juros real prevalecente no Brasil impactou tanto a operação de varejo como o custo de funding da operação do braço financeiro”. Mas, acrescenta que os serviços financeiros foram afetados pela combinação de aumento das despesas “acima do esperado” e necessidade de reforçar provisões para cobrir “devedores duvidosos”.
Ainda como parte da reestruturação, desde fevereiro a Marisa tem novo diretor presidente. Contratou João Pinheiro Nogeira Bastista para o lugar de Adalberto dos Santos que deixou a companhia.
foto: CD de Itaquaquecetuba (divulgação/Agência Ophelia)