As projeções foram revistas e o Iemi estima crescimento de 8,8% em faturamento para o comércio brasileiro de vestuário em 2017 e de 6,5% para quantidade de peças
O varejo de vestuário pode ter registrado receita de R$ 192,23 bilhões em 2017, que corresponderia a crescimento de 8,8% sobre 2016. Em número de peças comercializadas também as estimativas são generosas apontando para 6,15 bilhões de itens vendidos em 2017, que representaria alta de 6,5% sobre o ano anterior. Essas são as novas projeções divulgadas pelo Iemi Inteligência de Mercado, que reviu os indicadores iniciais, bem mais contidos (aumento de 1,3% em valores e 3,5% em peças).
Para 2018, a consultoria optou por trabalhar com cenário de menor crescimento em relação a 2017. A avaliação é de que as vendas do comércio podem ser afetadas negativamente em função da Copa do Mundo, devido a eventuais emendas em dias de jogos do Brasil, e pelos efeitos da disputa eleitoral. Com essa perspectiva, o Iemi estima alta de 6,3% em valores nominais, alcançando R$ 204,34 bilhões em faturamento, e de 3,2% no volume de vendas do vestuário.
“Nos próximos cinco anos, estima-se o crescimento acumulado de 16,1% para o mercado de moda no Brasil (média de 3,1% ao ano), podendo gerar novo recorde para a produção local em 2021 (6,68 bilhões de peças)”, afirmou o diretor do Iemi, Marcelo Prado, em comunicado ao mercado. Para Edmundo Lima, diretor executivo da ABVTex (Associação Brasileira do varejo Têxtil), que representa as principais redes de varejo de moda do país, o clima é positivo no setor. “Já era previsto um movimento de melhora vagaroso, mas agora podemos notar certa sustentação no processo de recuperação”, disse em comunicado.
O estudo do Iemi sobre o Mercado de Moda no Brasil indica ainda que em 2017 o país contou com 155,6 mil pontos de venda especializados em vestuário, sendo que 57 mil deles (35% do total) distribuídos entre os 559 shopping centers brasileiros. As multimarcas continuam a ser o principal canal de vendas do varejo em volume de peças comercializadas, sustentando 36% dos 6,15 bilhões de itens vendidos. Já as lojas de departamento especializadas em moda lideram em faturamento (31% do total) e são as que mais crescem no mercado brasileiro.
A consultoria também avaliou os hábitos de consumo de vestuário do brasileiro. Em 2017, aponta, os consumidores compraram mais vezes, adquirindo menos peças a cada desembolso, mas gastaram mais. O levantamento constatou ainda que além de buscar preço menor, o consumidor quer comprar melhor, dando preferência a produtos de boa qualidade, que durem mais que duas lavadas, e com design de produto.