Vendo sinais de recuperação de vendas, varejista diz que sua cadeia de fornecedores está pronta para atender aumento de consumo.

Devido à recuperação de créditos fiscais, relativos a Pis e Cofins, a Lojas Renner lucra no primeiro semestre. O balanço da companhia registra lucro líquido de
R$825 milhões no primeiro semestre. A maior parte creditada no segundo trimestre (R$818 milhões), quando a companhia incorporou o ajuste fiscal. Desconsiderando esse valor, o resultado seria negativo em R$228 milhões, destaca o relatório da empresa.Se a Renner lucra no semestre, a receita líquida do período reflete o impacto das restrições de circulação por causa da covid-19 e do fechamento do varejo considerado não-essencial, como moda. A receita líquida do segundo trimestre assinalou R$808,5 milhões, redução de 64,7% sobre o segundo trimestre de 2019. No semestre, a receita somou R$2,67 bilhões, queda de 36,1% sobre os primeiros seis meses do ano passado.
O faturamento contabiliza as vendas das três redes controladas pela companhia. A Renner, que inclui ainda a Ashua, contribuiu no semestre com receita líquida de R$1,88 bilhão, 43,7% a menos que no primeiro semestre de 2019. No segundo trimestre, sobre igual período do ano passado, a receita da rede caiu 74,1%, para R$480,9 milhões.
A Youcom faturou R$9,7 milhões de março a junho, em queda de 80%. De janeiro a junho, a receita líquida ficou em R$46,9 milhões, declínio de 46,6%.
Melhor desempenho foi observado na rede Camicado. A receita líquida no segundo trimestre recuou 2,5% para R$49 milhões. No semestre, totalizou R$157,1 milhões, baixa de 31,9%.
CADEIA DE PRODUÇÃO PREPARADA
Conforme a Renner, as 597 lojas das três redes foram reabertas ainda que limitadas pelas restrições de horários, dias de funcionamento e capacidade de pessoas dentro de cada unidade. “Estamos no momento de retomada”, afirmou Fabio Faccio, presidente da companhia na abertura da teleconferência com investidores. Ele ressaltou que na reabertura das lojas, a partir de 24 de abril, a Renner adotou estratégia comercial agressiva. Saiu na frente da concorrência e fez remarcações da coleção de inverno, para reduzir estoque, disse o executivo.
Dessa forma, conseguiu girar a cadeia de produção, abrindo espaço para as novas coleções. A principal será lançada em setembro, mas no período anunciou várias cápsulas.
Conforme Faccio, além de manter a produção, a Renner forneceu apoio a seus fornecedores no pior momento da pandemia. “Apoio técnico, educacional e financeiro”, salientou. Citou a triangulação de empréstimos com bancos para pequenas empresas da cadeia, em operações que a Renner assumiu o risco. “Também antecipamos recebíveis a taxas menores”, enumerou.
De acordo com o executivo, a empresa recebeu elogios por causa dessas medidas. Ele avalia que essa parceria reforçada com os fornecedores fará a diferença no cenário de retomada. Entende que a carteira de fornecedores da companhia está preparada para atender ao aumento de consumo. “Outros podem ter dificuldade de ter produção que possa atender essa demanda”, comentou a analistas sobre a concorrência.
VENDAS DIGITAIS EM ALTA
De acordo com a empresa, 36% das vendas de mercadorias no trimestre foram sustentados pelo ecommerce. Algo como R$194 milhões. E que no terceiro trimestre, mesmo com todas as lojas funcionando, o canal digital de vendas continua a crescer no mesmo ritmo.