Também cresce o faturamento que, segundo a holding, dona de John John, Le Lis Blanc e Dudalina, é o maior valor trimestral da história da companhia.
No segundo trimestre de 2017, a Restoque reverteu o prejuízo que acumula desde o segundo trimestre de 2015. De abril a junho, a companhia assinalou lucro líquido de R$ 8,26 milhões. Também cresceu a receita líquida da holding dona de John John, Le Lis Blanc, Dudalina, Bo.Bô, Rosa Chá, Individual e Base, no período. Avançou 20,5% sobre o segundo trimestre do ano passado, para atingir R$ 341,1 milhões. O relatório que acompanha o balanço financeiro mais recente afirma que no período a “companhia atingiu o maior valor de faturamento trimestral e o maior EBITDA trimestral de sua história”.
Atribui o desempenho positivo, ao esforço em melhorar gradualmente da operação, à renovação do estoque de produtos, à redução de sua idade média do estoque e à retomada do ciclo de lançamento constante de novidades. Essas metas foram acompanhadas de medidas duras executadas no trimestre passado. Foram fechadas 20 lojas entre janeiro e março e mais seis operações foram encerradas entre abril e junho. Dessa forma, a Restoque encerrou o semestre com 301 lojas, 29 a menos do que tinha a rede no início de 2016; com receita líquida de R$ 638,28 milhões, aumento de 20%; mas restando com prejuízo líquido de R$ 1,99 milhão (ante os R$ 37 milhões acumulados no primeiro semestre de 2016).
Em conferência com analistas de mercado, a direção da companhia afirmou que o estudo de rentabilidade das lojas de varejo continua. “Se verificarmos que outras continuam abaixo do patamar que entendemos correto, podemos fechar outros pontos”, afirmou o CEO da Restoque, Livinston Bauermeister, aos investidores.
REDUÇÃO DO PARQUE FABRIL
Com estrutura industrial reunindo seis fábricas – uma de corte, quatro de costura e uma de acabamento, a Restoque decidiu fechar duas unidades de costura, no segundo trimestre, transferindo a carga de trabalho para as outras duas. Com isso, a avaliação da empresa é estar operando com a capacidade adequada. Em outra decisão reduziu pela metade a área do CD, centro de distribuição localizado em São Paulo.
A empresa avalia que os reflexos dessas medidas estarão mais evidentes nos balanços do segundo semestre.
Esse processo de enxugamento, tanto na parte industrial quanto na de varejo, resultou em cortes de vagas. Só na área administrativa foram 277 demissões.
A melhora da margem também é associada pela companhia à decisão de voltar ao modelo comercial de trabalhar com somente duas liquidações anuais, ao final das coleções (uma entre junho e julho e outra em janeiro), excluindo as promoções ‘in season’ (dentro da estação).
DESEMPENHO DAS MARCAS
A Le Lis Blanc continua sendo a principal marca do grupo, tanto em faturamento quanto em número de lojas. Em junho, eram 103 pontos, dois a menos que em março, e nove a menos do que em junho do ano passado. Também a Dudalina perdeu mais duas lojas, ficando com 77 unidades em operação no segundo trimestre, entre a marca principal e as outras duas (Individual e Base).
A John John permaneceu com as 55 lojas que tinha no início do ano, tendo perdido sete em relação às 62 unidades que operavam em junho do ano passado. Foram encerradas duas unidades da Bo.Bô, que ficou com 38 (eram 42, em junho de 2016), e permaneceram as 28 da Rosa Chá (eram 30, em junho de 2016).
Em termos de faturamento bruto, as quatro maiores marcas do grupo aumentaram a receita a taxas acima de dois dígitos. A John John expandiu a receita bruta em praticamente 30% em relação ao segundo trimestre do ano passado. O avanço da Le Lis foi de 28,1%; da Bo.Bô, de 18,9%; e da Dudalina, de 14,1%.
A Base, a marca que menos fatura no grupo, assinalou queda de 31% na comparação com abril a junho de 2016. Outra marca da unidade da Dudalina, a Individual viu o faturamento encolher 11,2%. O da Rosa Chá caiu 8,4%. Para essa última, a avaliação é de que a situação melhore com o retorno ao posicionamento de marca de produtos premium, que em julho foi ganhou impulso extra com a campanha publicitária estrelada por Gisele Bündchen.
TICKET MÉDIO SUBIU
Aumentou o valor gasto por cliente em todas as marcas da holding. O ticket médio da Le Lis foi o que mais cresceu, aumentando 28,4%, para atingir R$ 644. O da John John avançou 24,9%, alcançando R$ 422.
O ticket médio mais alto é o da Bo.Bô, de R$ 1.352, que representou aumento de 4,1%, a menor taxa de expansão entre as marcas. O da Rosa Chá subiu para R$ 343, 7,4% a mais, enquanto as marcas da unidade Dudalina, juntas, registraram média de R$ 571 por compra, avanço de 8% sobre o segundo trimestre de 2016.