Período foi empregado na renegociação com fornecedores, que afetou o abastecimento.
Considerado um trimestre de transição, o período de julho a setembro foi de vendas fracas para a Marisa. A varejista de moda reportou queda de 50% na receita líquida do terceiro trimestre de 2023 em relação a igual período do ano passado, anotando R$316,4 milhões. Em nove meses a baixa foi menor, de menos 26,5%, para R$1,43 bilhão. Mas a companhia afirmou que o trimestre retrata “momento específico” e que entra no quarto trimestre com as atividades comerciais normalizadas.
“Ainda temos muito trabalho pela frente, mas temos certeza de que a Marisa já é uma empresa mais saudável, eficiente e com uma cultura cada vez mais voltada a resultados sustentáveis. Isso nos deixa confiantes que nossas projeções de 2024 , já divulgadas ao mercado, serão materializadas”, afirma a companhia no relatório de desempenho do trimestre. As projeções para 2024 estimam receita bruta entre R$2,3 bilhões e R$2,5 bilhões, com margem Bruta entre 50% e 52%.
Depois da forte reestruturação por que passou no primeiro semestre, que resultou entre outras medidas no fechamento de 89 lojas, a Marisa voltou o foco no terceiro trimestre para a renegociação de dívidas com cerca de mil fornecedores e 260 proprietários de imóveis. “Com isso, passamos pelo 3º trimestre com um estoque bastante inferior ao mesmo período de 2022 e com a expectativa de recomposição gradual ao longo do segundo semestre”, explicou o relatório.
No período, a varejista privilegiou a oferta de produtos básicos e com venda menos arriscada para recomposição do capital de giro. Entre as ações, a Marisa ofereceu desconto para pagamento à vista. Aproveitou o momento para reduzir o estoque mais velho e de inverno.
NOVO EMPRÉSTIMO
De julho a setembro, além de vendas fracas, a Marisa aumentou a perda em comparação com o mesmo trimestre de 2022. Teve prejuízo líquido de R$196,3 milhões no terceiro trimestre, que aumentou para R$408,7 milhões no acumulado de 9 meses.
Já a dívida líquida registra R$448,5 milhões, a maior parte da qual de alavancagem de longo prazo.
Concluída a renegociação com fornecedores, a Marisa retoma a programação de compras de modo a garantir o abastecimento das lojas para o quarto trimestre. Em outubro, reforçou o capital de giro ao contratar empréstimo de R$65 milhões com prazo de três anos com o banco BTG Pactual.
Ainda no terceiro trimestre, a varejista fechou parceria de 15 anos com a Credsystems que passa a operar a plataforma de crédito da Marisa. Dessa forma, o Mbank será encerrado ao longo de 2024.
Confiante na recuperação, a companhia afirmou em teleconferência de resultados que “o momento não é de expansão mas de otimização do parque de lojas existentes”. A Marisa terminou setembro com 246 operações.
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