Jeans na passarela do Dragão 2016

Pouco usados na moda autoral, denim e sarja foram opção para estilistas de gerações diferentes: Lindebergue Fernandes, que agitou a galera, e André Sampaio.

Ao fechar o primeiro dia de desfiles do Dragão Fashion 2016, Lindebergue Fernandes agitou a passarela ao apresentar a nova coleção. Menos pelas roupas e mais pela performance, com verniz político. Ele associou a moda dos cangaceiros de Lampião com a estética do mundo de skatistas e pichadores, que mostrou ao som de músicas que foram sucesso na década de 1970, em regravações mais modernas (Eu te amo meu Brasil, Jesus Cristo, entre outras). O rosto dos modelos foi maquiado de palhaço, e abriu e fechou a apresentação com um dos modelos levando bandeira preta. O final levantou a galera embalada por Raul Seixas cantando Sociedade Alternativa.

Veterano do Dragão, o cearense Lindebergue mais uma vez usou tecido da Vicunha. Quatro bases da linha de sarja, três nas variantes de verde militar e telha, além de um marinho resinado. Para os homens, as silhuetas são largas e com elementos emprestados dos uniformes militares na parte de cima e secas na parte debaixo, conta o estilista. Para as mulheres, incluiu vestidos curtos inspirados na silhueta típica dos salões imperiais da França. Entre os trabalhos, ombros marcados por bordados de pedrarias, neoprene desgastado e com degradê, mangas muito longas, além de peças em patchwork criadas por Betina Gauche, a partir do reaproveitamento de tecidos 100% algodão.

Com apenas 22 anos, André Sampaio desfilou no Dragão Fashion pela segunda vez. Predominou a combinação de preto e branco na coleção inspirada nas roupas de banho vestidas pelas mulheres do início do século 20. Boa parte dela usa listras. Também tem muito tecido leve em vestidos com detalhes plissados e drapeados, além de organza usada sobre vestidos básicos e outras peças em denim. Usou denim leve da Canatiba, com dois artigos, um 100% modal resinado e outro black, empregados por exemplo em um modelo de pantacourt bem soltinho e no vestido que fez o contraponto em preto com o vestido em linho off white, quando as duas modelos giraram juntas na passarela. Para ele, o interesse em trabalhar com o denim é a construção. “O denim resinado não funcionou no manequim de moulage, mas, consegui o mesmo efeito a partir da construção no papel”, explica André. A saia é outro exemplo de construção. Ele queria a silhueta godê. Conseguiu com 24 panos, somando oito metros e meio de roda que dão movimento à saia, sem, criar volume, destaca o estilista. A Canatiba é um dos apoiadores do evento, com o fashion truck montado na área externa do porto onde tem o espaço de feira, misto de espaço gastronômico e pequenas lojas..

GALERIA DE FOTOS


  • Foto 1
  • Foto 2
  • Foto 3
  • Foto 4
  • Foto 5
  • Foto 6
  • Foto 7