Cedro Workwear investe em inovação, Santista Work Solutions em rastreabilidade e Canatiba Utilitarius em conforto.
A 24ª edição da Fisp (Feira Internacional de Segurança e Proteção) atraiu 448 expositores em 2024, dos quais pelo menos três anunciaram lançamentos têxteis. Com exceção da Canatiba Utilitárius, que atua no mercado de uniformes de uso mais geral, a Cedro Workwear e a Santista Work Solutions disputam o mercado de vestimentas de segurança. No Brasil, esse mercado movimentou 34 milhões de peças em 2022, com valor estimado em R$5,1 bilhões, de acordo com dados da Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção do Trabalho (Animaseg).
Realizada a cada dois anos, a Fisp em 2024 foi montada em paralelo à 15ª Fire Show, na capital paulista, de 22 a 24 de outubro. Conforme a Fiera Milano Brasil, empresa organizadora das duas feiras de negócios, 2024 foi a maior edição da história, ocupando cinco pavilhões do São Paulo Expo e registrando até a véspera 38 mil pessoas credenciadas, de 41 países. A expectativa era receber 50 mil visitantes ao longo dos três dias de evento.
CEDRO AVANÇA EM TECIDOS TECNOLÓGICOS
Para a Fisp 2024, a Cedro Workwear anunciou 6 lançamentos de tecidos altamente tecnológicos e apresentou o uniforme do exército brasileiro com estampa camuflada produzida com celulose microfibrilada (MFC), desenvolvida em cooperação para inovação têxtil entre a Cedro e a Klabin.
Na parte de tecnológicos, o artigo Topázio FR foi desenvolvido para proteção contra metais líquidos, em especial o alumínio, o mais difícil de proteger, salienta Daniela Palharini, coordenadora de produtos Workwear da Cedro. Trata-se de um tipo de tecido que a Cedro não tinha, sendo impermeável ao metal fundido. Ainda assim, é um tecido considerado leve em composição com 50% de Lenzing FR (protege do calor e chamas), 30% de lã para garantir isolamento térmico e 30% de poliamida de alta tenacidade (alta capacidade de absorção da energia e deformação sem rompimento da fibra).
Outra inovação de ponta, o tecido Ametista FR conta com composição inovadora de fibras. Inclui mistura de 33% de aramida, com alta resistência mecânica ao calor e a chamas; 2% de carbono que garante proteção contra os riscos de eletricidade estática; e 65% de Lenzing FR, viscose com proteção a fogo repentino. “Além da segurança, o tecido é leve. Tem 190 gramas de gramatura (algo em torno a 7oz para tecidos de moda)”, enumera Daniela. Ela também ressalta que a proteção é vitalícia porque é inerente às fibras. “Troca o uniforme por desgaste do uso, não pela perda de propriedade”, garante.
RASTREIO, CONFORTO E FIBRAS RECICLADAS NA CEDRO
Em outra frente, a Cedro iniciou a aplicação da tecnologia criada pela startup R-Inove pelo artigo que batizou de Júpiter QR. O recurso permite rastrear a vestimenta de segurança pelo escaneamento de códigos de identificação visualizados por luz ultravioleta (UV). “Tecidos para uniformes de segurança são altamente tecnológicos e sua produção inclui tingimentos e acabamentos muito específicos para cada atividade profissional de risco. Por isso, a vestimenta de proteção tem alto custo para as empresas e é alvo de falsificações. Essa tecnologia vai inibir a comercialização de artigos pirateados, garantindo que o produto cumpra seu objetivo de proteger o trabalhador contra chamas ou arco elétrico, por exemplo”, destaca comunicado da empresa.
A identificação é impressa de forma permanente no fio empregado para fazer o tecido que neste caso, tem composição de algodão (88%) e poliamida (12%).
Destinado à confecção de camisas em uniformes corporativos, a empresa lançou o Cedrofil Flex, que leva elastomultiéster T400 na sua composição e recebe tingimento profissional, que apresenta durabilidade e solidez maiores que os corantes utilizados na área de moda.
Como iniciativa de têxtil circular, o Cedrowork Eco é o primeiro tecido da divisão workwear que usa na produção fibras recicladas obtidas de outros uniformes descartados. Tem composição em 60% de algodão reciclado e 40% de poliéster.
SANTISTA USA TECNOLOGIA DA R-INOVE
Na Fisp 2024, a Santista Work Solutions anuncia que passou a incorporar a tecnologia de código de identificação da startup R-Inove, batizada na empresa de Safe ID. Começou pelo tecido antichamas Dynamo Fire FR. Anunciada como garantia de origem, a tecnologia será estendida gradativamente para outros tecidos da linha FR, informa a empresa.
CANATIBA TRABALHA CONFORTO NO WORKWEAR
Sem tecidos técnicos, a Canatiba Utilitárius estreia na Fisp 2024 com uma linha ampla de artigos, que incorporam atributos comuns na moda, como conforto térmico, com fibras como liocel, ou elastano de conforto que garante mais flexibilidade às roupas. Não por acaso, a empresa colocou um boneco unformizado e pedalando na entrada do estande. O fabricante também investe em tecidos com superfície repelente a líquidos, antiodor, entre outras propriedades, comenta Fábio Covolan, diretor de marketing da Canatiba.
Outra novidade é o recurso da estamparia digital para o segmento de uniformes, com sugestões para uniformes hospitalares ou de restaurantes. “Para a gente tem sido um aprendizado muito legal. É um mercado menos sazonal que a moda, mais exigente sobretudo em solidez de tingimento. Temos perspectiva de crescimento nesse mercado novo para nós que a gente está descobrindo e que está nos descobrindo também”, analisa o executivo.
fotos: divulgação