Não. Saiba os detalhes que caracterizam o modelo, em tipo de tecido, modelagem e cuidados para trabalhar com o elastano power stretch
A mistura do modelo legging, geralmente feito em helanca ou cotton, com o denim deu origem às jeggings, que chegam ao Brasil com força total a partir da próxima estação. Na esteira do sucesso absoluto da skinny entre as brasileiras, o novo modelo de calça invariavelmente justo da cintura aos pés é tido como a principal aposta das marcas nacionais de jeans para o inverno. Detalhes de cós e bolsos é que fazem a diferença entre as peças.
Contudo, as jeggings não podem ser encaradas como uma espécie de super skinny, garantem os especialistas. A diferença crucial está na modelagem. “A super skinny é uma skinny muito justa, que não desenha tanto a parte dos joelhos e da panturrilha, porque o tecido fica um pouco mais solto nessas regiões. Na jegging, a calça fica toda colada ao corpo, inclusive nos joelhos na panturrilha, como em uma legging tradicional de malha. Por isso, os tecidos escolhidos para a confecção da peça devem conter um poder maior de elasticidade”, explica Giuliana Cricca, estilista da Forum, marca que vai incluir cerca de cinco modelos de jegging na coleção do próximo inverno.
Para a confecção da peça, os tecidos com elastano com alto poder de elasticidade (o chamado powerstretch) e peso baixo são considerados os mais indicados. O nível de tração do tecido não tem a ver com a quantidade ou percentual de elastano que contém. O denim pode ter 1% de elastano, por exemplo, e ainda assim apresentar grande poder de elasticidade.
O fator determinante é o tipo do fio de elastano e não a quantidade. “A espessura do fio, chamada de denier, é maior nos fios utilizados para a construção dos tecidos indicados para a jegging. A memória do fio continua a mesma, mas pelo denier mais alto, o ajuste do tecido e seu comportamento fica diferenciado e mais apropriado para a confecção de peças mais justas”, esclarece Célia Pinho, gerente de produto da Invista para a marca Lycra.
De acordo com ela, os cuidados que devem ser tomados na hora da confecção das peças são semelhantes ao fio de elastano tradicional. “Por serem tecidos vivos, os artigos com elastano devem ser desenrolados sobre a mesa de corte e descansar por pelo menos 48 horas antes do corte. O tecido precisa desse tempo para evitar a tração, caso contrário, o corte de uma peça de tamanho 42 pode acabar virando 40”, adverte Célia.
Segundo Eleonora França, gerente de marketing e produtos da Santanense, além do descanso, o tecido deve ser cortado e costurado no tempo certo, levando em conta o número de pontos na hora da costura para que a peça saia conforme o planejado. A lista de recomendações da Canatiba indica que sejam utilizados de quatro a seis pontos por centímetro.
Incluir aviamentos na denim legging também requer atenção. “Na mistura do denim com outras texturas, como couro, falso couro ou malha, deve-se estudar o comportamento das duas bases juntas; avaliar os cuidados que se deve ter para um detalhe da peça não influir no resto do modelo”, comenta Regina Matina, diretora de produtos da DTA, que terá quatro modelos de jegging em sua próxima coleção.
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