Vicunha, Canatiba e Santista anunciam aplicação do novo acabamento de proteção em artigos de linha, e a Cedro trabalha em testes.

Em julho, chegam ao mercado brasileiro tecidos jeans com proteção anti-covid, tanto para a moda como para uniformes. São opções de acabamento protetivo para denim e sarja colorida de fábrica. A Vicunha libera, a partir da próxima semana, pilotagem para clientes testarem artigos da linha V.Protective. Na semana passada, a Canatiba anunciou o lançamento da linha Everclean. A Santista libera esta semana a primeira base destinada a uniformes.
A Cedro Têxtil informa que está realizando uma bateria de testes, de maneira a estudar a viabilidade e a aplicação técnica desse tipo de produto. A conclusão dos ensaios está prevista para as próximas semanas. Com base nessas avaliações, a empresa decidirá se vai incluir, ou não, tecidos com acabamento antiviral.
VICUNHA DESENOLVE LINHA V.PROTECTIVE
A linha de tecidos protetivos da Vicunha inclui três tipos diferentes de acabamento de proteção. Um deles, e o principal para o momento de pandemia, recebeu tratamento baseado no produto criado pela suíça HeiQ, chamado de ViroBlock NPJ03, que tem ação comprovada contra o Sars-coV-2, o vírus que causa a covid-19. Renata Guarniero, gerente de marketing do fabricante, conta que devido à urgência para desenvolver tecidos com esse tipo de proteção, o novo acabamento assumiu a identificação do próprio tratamento têxtil.
A fórmula do Viroblock NPJ03 contém “quantidade muito pequena de ingrediente ativo de prata reciclada e componentes de vesícula lipossômica gordurosa”, explica comunicado do fabricante do produto químico. Essa combinação age para inativar vírus envelopados, como é o da covid-19, e de outros, incluindo o H1N1, que causa a gripe suína. Outro efeito do acabamento é antimicrobiano. Age para conter a proliferação de bactérias e fungos, responsáveis pelo mau cheiro do suor, especialmente nas axilas.
BASES DE CONFORTO E LEVES
O tratamento Viroblock foi aplicado em seis bases diferentes, entre as linhas Athletic e Original, explica a gerente. Tem blue denim e coloridos em três cores de fábrica – branco off-white e preto. Como se trata de um acabamento colocado sobre a superfície do tecido, a roupa feita como esses artigos (tanto denim quanto color) não podem ser trabalhadas em lavanderia industrial. No máximo, um amaciado, ressalta Renata. Tampouco o color pode passar por lavanderia, menos ainda para tingimento.
Por isso, o denim da linha Protective deverá ser usado cru. Para evitar migração, o denim receberá um processo adicional de fábrica para conter o desbote.
A barreira de proteção química sai com o tempo. Resiste em torno de 30 lavagens domésticas em água a temperatura de 40ºC.
Os tecidos da Vicunha com proteção anti-covid são recomendados para o segmento de moda e também de uniformes profissionais, desde que não sejam higienizados usando água quente acima dos 40ºC. E servem bem para confecção de máscaras de proteção respiratória de uso comum.
CANATIBA LANÇA LINHA EVERCLEAN
Com lançamento inicial de três bases, a Canatiba lançou a linha Everclean, para a qual usou dois tipos diferentes de acabamento de proteção, aplicados sobre três bases que já existiam. No caso do tratamento de proteção anti-covid, a Canatiba também optou pelo HeiQ Viroblock, que garante tratamento antiviral e antimicrobiano. A barreira química foi colocada na base Terapia, com composição que mistura 56% de algodão e 44% de viscose. O tecido está sendo comercializado em seis cores: preto, marinho, azul, verde, vermelho e branco. Inicialmente, o fabricante está direcionando o Terapia para a confecção de roupas profissionais, inclusive os do setor de saúde.
O tecido não pode ir para lavanderia industrial para receber efeitos típicos do jeans. A proteção química sai com o tempo e as lavagens caseiras das roupas deve ser feita em água com temperatura de até 40ºC.
SANTISTA CRIA TECIDO DA LINHA WORK COM PROTEÇÃO ANTI-COVID
Ainda sem nome oficial, a base da Santista de proteção anti-covid deverá ser liberada ainda esta semana. A primeira novidade com essa aplicação está destinada ao mercado de uniformes. Mas Sueli Pereira, gerente de comunicação e moda da empresa, explica que a Santista trabalha também com o desenvolvimento de produtos com ação protetiva também para a moda.
ACABAMENTOS COM OUTROS TIPOS DE PROTEÇÃO
Dentro da linha Protective, a Vicunha vai lançar mais dois acabamentos sobre bases leves da linha Original (100% algodão) e outras da linha Athletic. Um dos acabamento é repelente a líquidos e fluidos. Para tornar as bases impermeáveis, o fabricante usou o produto Teflon EcoLite, sem flúor na fórmula, e com grande parte da composição em material vegetal. A proteção sai com o tempo, com resistência estimada em 30 lavagens caseiras.
Uma das aplicações recomendadas é para confecção de máscaras de proteção respiratória de uso comum porque tende a conter a umidade produzida pela respiração.
O terceiro acabamento da Vicunha mistura a ação de repelente a líquidos com efeito antimicrobiano. O produto químico empregado combina sais de prata com fluorcarbono.
O segundo acabamento da Canatiba também age como repelente e antimicrobiano. Primeiro recebe uma resina que repele líquidos. Em seguida, utiliza produto de proteção química fornecido pela suíça Sanitized. “Trata-se de um óleo de hortelã, absolutamente natural e sustentável (risco zero de agressão ao meio ambiente) que garante proteção contra bactérias, fungos e mofos”, descreve o comunicado à imprensa da Canatiba.
A barreira resiste por cerca de 30 lavagens caseiras. Peças produzidas com esses tecidos podem ir para lavanderias só para amaciamento. O acabamento reveste o Molly, artigo 100% liocel, com peso de 5oz, que apresenta duas opções de tingimento, índigo original ou azul brilhante. A outra base de denim é o Sarkozy, de 9oz, com 98% algodão e 2% elastano.
A linha Everclean faz parte da plataforma Smart Denim da tecelagem, criada para agrupar tecidos que se destacam por suas propriedades funcionais, completa a empresa.