Com o aumento de vendas, as empresas buscam alternativas para a aplicação das resinas em tecidos com elastano
Com um leque de opções de efeitos cada vez maior, as resinas tomaram conta do mercado jeans no último ano. O setor das indústrias químicas e das lavanderias comemora e desenvolve novas alternativas para o beneficiamento com resinas em tecidos com o elastano em sua composição. O filamento, que vêm aumentando sua participação nas coleções das marcas brasileiras, requer mais cuidados e atenção nos processos de lavanderia, o que impulsiona ainda mais a elaboração de novas fórmulas e técnicas.
O maior problema encontrado na relação entre resina e elastano continua sendo a temperatura pela qual o tecido deve passar na hora da cura. Os cerca de 150ºC necessários para a boa fixação do produto no tecido podem queimar a peça. Sensível, o tecido se desgasta e perde a flexibilidade diante de outros elementos presentes na resina também, como o cloro.
Para isso, no último ano, surgiu uma nova geração de resinas, que pode promover efeitos em tecidos com elastano sem requerer altas temperatura e, às vezes, sem a utilização de um forno para a cura. “As resinas de cura a frio são as que devem crescer mais a partir de agora, pois, são uma alternativa perfeita para os trabalhos com elastano. Sem que seja necessário o uso de um forno, elas permitem que sejam feitos todos os efeitos resinados possíveis em outros tecidos, com exceção de efeitos em 3D”, avalia Amauri Marengoni, diretor comercial da NewCo.
De acordo com Vicente Campilongo, gerente comercial da PQT do Brasil, cuja empresa registrou aumento expressivo nos pedidos de resinas em 2007, a opção para trabalhar com elastano são as resinas que pedem temperatura menor para fixação. Ainda assim, lembra, o elastano encolhe durante o processo e, nesse caso, a recomendação é nao esquecer de compensar essa perda na modelagem das peças.
“O grande problema não é a falta de resinas disponíveis no mercado e, sim, a falta de estrutura da maioria das lavanderias”, afirma Nelson Takeshi Enomoto, coordenador da área de lavanderias da Texpal. “Muitas lavanderias não têm os equipamentos ideais para trabalhos desse tipo, e crêem que uma só resina glioxálica ou acrílica pode fazer o trabalho, mas isso não é possível. As resinas acrílicas acabam servindo como auxiliares das glioxálicas e cada empresa tem que descobrir qual a combinação mais adequada para as lavagens em elastano fazendo testes”, explica.
De acordo com os especialistas, a maioria das técnicas que agridem menos o elastano acabam não sendo tão eficientes. Dessa forma, um tecido beneficiado nessas condições tem menos resistência ao desbote e aos efeitos que recebe. Uma das opções para não danificar o tecido, de acordo com Suzana Sfredo, da Lavanderia Universo, é a aplicação da resina por imersão. No entanto, assim como em outras técnicas, a duração dos efeitos na peças acaba saindo prejudicada.
“Praticamente tudo na resina desgasta o elastano. Para um trabalho bem feito diversas precauções devem ser tomadas. A temperatura deve ser mais baixa que o normal, o tempo de cura deve ser mais curto, a receita da resina deve ser mais suave e não se deve passar a peça por bancadas de inflado, pois, ela pode rasgar”, conta Suzana. Segundo a executiva, no último ano, aumentou de 20% para 90% a participação dos beneficiamentos com resina em sua lavanderia.
“A resina pode danificar a maioria dos tecidos se o trabalho não for feito da maneira ideal, e o elastano mais ainda. Mas não há receita certa. Cada lavanderia tem que fazer testes pra saber o que funciona melhor. Já chegamos a fazer uma calça perfeita com resina em elastano, mas, na hora de vestir a peça rasgou ao meio. O importante é testar sempre”, afirma Ademilson Moniz, proprietário da Lavanderia Kennelan, que também computa aumento no número de trabalhos com resina em 2007.
O resinado de fábrica é encarado pelo mercado como mais uma opção. “O legal desse tipo de tecido é que, ao receber os trabalhos de lavanderia, ele dá efeitos diferentes do que teríamos com tecidos normais. Mas para conseguir os efeitos resinados mais bonitos e bem trabalhados, é preciso que a peça seja beneficiada em lavanderia”, acrescenta Suzana Sfredo.
foto: divulgação NewCo