Combate ao trabalho escravo na moda é tema de exposição

Instalação na capital paulista quer sensibilizar o público sobre as condições das oficinas de costura, em mostra que fica até a próxima quinta-feira, 4 de fevereiro.

Para chamar a atenção sobre as condições de trabalho na área têxtil e provocar uma reflexão dos consumidores sobre a questão da origem das suas roupas, foi aberta na quinta-feira, 28 de janeiro, no vão livre do prédio da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), na avenida Paulista, a Fashion Experience – Chamando todos para a revolução da moda. A ação é organizada pela Fashion Revolution – entidade mundial, com representação no Brasil, que atua na erradicação do trabalho escravo e insalubre na indústria têxtil, e tem o apoio da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), do Ministério Público Federal, da prefeitura de São Paulo, da secretaria de Direitos Humanos e Trabalho Decente do ministério do Trabalho, da Stop Trafic e da 27Million Brasil que combate o trabalho escravo, entre outros parceiros.

Cibele Barros, membro da Fashion Revolution Brazil,não deu detalhes da instalação para não estragar a surpresa. “A ideia é surpreender o público por meio da sensibilização sobre a procedência das roupas na cadeia têxtil”, afirma ela. A organização mundial Fashion Revolution que está por trás da iniciativa, nasceu da revolta das pessoas com acidentes trabalhistas como o acontecido em Bangladesh, na Índia, no dia 24 de abril de 2014, quando um incêndio matou 1,3 mil pessoas que estavam em um prédio onde funcionavam diversas oficinas e levantou o tema sobre a exploração do trabalho por grandes marcas de moda. “O objetivo da instalação é que os consumidores de roupas reflitam sobre o trabalho escravo, impactos sociais, ambientais e condições de trabalho das oficinas de costura”, afirma Cibele. Na entrada, as pessoas são atraídas por uma vitrine de produtos – peças de roupa e bolsas – extremamente baratas. A partir desse impacto inicial vem a proposta: “quem fez minhas roupas”?

A Fashion Experience vai até o dia 4 de fevereiro, das 10h00 às 18h00 no vão da Fiesp, na Avenida Paulista, 1313.