Mãos Que Criam visa dar uma profissão e ressocializar mulheres em presídio de Criciúma
Com o objetivo de capacitar profissionalmente e promover a reinserção social de detentas do Presídio Santa Augusta, em Criciúma (SC), foi inaugurado ontem, 29, um ateliê em que elas confeccionarão peças de jeans, prestando serviço a confecções da cidade e da região. O projeto Mãos que Criam existe desde 2008, trabalhando no começo apenas com patchwork confeccionado por detentas que cumprem pena em regime fechado, em ateliê montado dentro do presídio, numa parceria entre a Justiça Federal e a Unesc (Universidade do Extremo Sul Catarinense).
Agora, com a inauguração do segundo ateliê, situado em uma casa alugada no bairro de São Cristóvão, as mulheres que ganharam o direito de cumprir pena em regime semi-aberto também poderão integrar o projeto. Elas deverão trabalhar em período integral na casa, e à noite têm que retornar ao presídio.
De acordo com Fabiana Bertier, coordenadora do projeto, num primeiro momento sete mulheres irão trabalhar no ateliê externo, mas há capacidade para empregar até 15 delas no local, além das 25 que trabalham no ateliê do presídio. “A comunidade aceitou muito bem o projeto”, conta Fabiana, referindo-se à presença de vizinhos do ateliê na inauguração de ontem. O grupo conta também com uma loja que vende os produtos de artesanato.
Com o novo local e 17 máquinas à disposição (somando as do ateliê do presídio e do externo), a expectativa é de que as empresas da região se interessem em contratar os serviços de fechamento e colocação de bolsos em calças jeans, além de trabalhos em tricô e crochê. “Para setembro, queremos lançar uma marca própria e transformar o projeto em uma cooperativa”, planeja Fabiana.
fotos: divulgação