Desde agosto segmento vem recompondo os preços e derruba a variação negativa acumulada no ano, aponta IBGE.
Em nove meses, moda registrou três variações negativas de preços, mas que foram suficientemente altas para manter o acumulado do ano em deflação. A partir de agosto, porém, a inflação do segmento voltou a pressionar. E em setembro aumentou 0,27%. Foi a segunda maior alta do mês entre as atividades monitoradas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para formação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). A pesquisa determina a inflação oficial do país.
Praticamente todos os produtos da cesta de moda tiveram aumento de preços. A exceção foi o item Tecidos e Armarinhos, com queda de 0,10%. Os preços de joias e bijuterias dispararam em setembro, com aumento de 1,92%. Roupas masculinas e femininas apresentaram quase o mesmo desempenho com inflação de 0,27% e 0,26%, respectivamente. Roupas infantis, calçados e acessórios tenderam à estabilidade. Tiveram variação positiva discreta. De 0,07% para vestuário infantil e de 0,03% para calçados e acessórios.
Moda acompanhou o aumento de inflação de outras cinco atividades da pesquisa. O IPCA geral de setembro ficou, contudo, negativo. Recuou 0,04%. “Este é o menor resultado para um mês de setembro desde 1998, quando o IPCA ficou em -0,22%”, aponta o relatório do IBGE, divulgado na manhã desta quarta-feira, 9 de setembro.
A contenção dos preços em geral foi pressionada mais uma vez por Alimentos e Bebidas (-0,43%). Também caíram Artigos de Residência (-0,76%) e Comunicação (-0,01%).
Das 16 capitais que formam o grupo de destaque da pesquisa para formação do IPCA, apenas em três os preços de Moda caíram em setembro com relação a agosto. Diminuíram em São Paulo (-0,26%), São Luís (-0,18%) e Vitória (-0,07%).
Nas outras 13 cidades do grupo, os três maiores movimentos inflacionários no mercado de moda foram apurados por: Distrito Federal (+0,77%), Belém (+0,74%) e Curitiba (+0,71%).
ACUMULADO DE JANEIRO A SETEMBRO
Mesmo com a queda em setembro, a inflação brasileira continua a acumular alta em relação a 2018. Até setembro soma 2,49%. Mas segue abaixo do centro da meta perseguida pelo Banco Central para 2019 de 4,25%.
Moda permanece como a única categoria da pesquisa do IBGE a registrar deflação no acumulado do ano. De janeiro a setembro, os preços caíram -0,24% na comparação com os primeiros nove meses de 2018. Contudo, essa variação representa metade do índice de -0,51% acumulado até agosto.
Responsável pelo maior impacto no segmento, as roupas femininas explicam grande parte desse recuo. Desde janeiro, os preços acumulam deflação de 1,72%. Também calçados continuam com preços em queda, totalizando variação negativa de 0,56% em nove meses.
Os demais produtos encareceram, acumulando alta: roupas infantis (+1%); roupas masculinas (+0,58%); joias e bijuterias (+2,36%); tecidos e armarinhos (+1,32%).