Pesquisa do IBGE, mostra que vendas do setor caíram quase 2% em novembro.

Ao contrário da expectativa geral, a Black Friday não ajudou o varejo de moda. A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), registra que, em novembro, as vendas do segmento caíram quase 2% (
-1,90%), em volume, e recuaram 1,30% em receita nominal, em relação a outubro.De modo geral, desempenho negativo predominou entre todas as atividades de comércio pesquisadas pelo IBGE. Cinco de oito tiveram variação negativa.
“O que vimos foi uma Black Friday muito menos intensa, em termos de volume de vendas, do que a de 2020, quando esse período de promoções foi melhor, sobretudo para as maiores cadeias do varejo”, declarou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, em comunicado do IBGE, falando sobre o desempenho do varejo como um todo. “Isso se deve, em parte, pela inflação, mas também por uma mudança no perfil de consumo, já que algumas compras foram realizadas em outubro ou até mesmo no primeiro semestre, quando houve maior disponibilidade de crédito e o fenômeno dos descontos. Isso adiantou de certa forma a Black Friday para algumas cadeias”, completou.
Ainda assim, as vendas do comércio brasileiro cresceram 0,60% em volume e 1,30% em receita na passagem de outubro para novembro, impulsionadas pelo setor de hiper e super mercados.
DADOS DA ABVTEX
Para o grande varejo de moda, reunido na ABVtex (Associação Brasileira do Varejo Têxtil), a Black Friday impulsionou as vendas de novembro. “Registramos que 85% das redes varejistas associadas à ABVTex reportaram vendas maiores nas lojas físicas neste mês de novembro comparado ao mês anterior e foi 77% superior em comparação ao mesmo período do ano passado”, declarou Edmundo Lima, diretor executivo da entidade que representa do varejo de moda brasileiro, em comunicado distribuído à imprensa, no final do ano passado.
A pesquisa da entidade reporta que nove em cada dez das redes varejistas que responderam o questionário tiveram melhores vendas em dezembro em relação ao mesmo mês de 2020.
Sobre o desempenho do ano, Edmundo Lima, diretor executivo da ABVtex, em comunicado à imprensa declarou: “Tivemos um final de ano com bons resultados, mas neste primeiro semestre teremos desafios provocados pela corrosão da renda do consumidor devido ao aumento da inflação, a volatilidade do dólar e a manutenção do nível de desemprego em patamares elevados”.
ACUMULADO DO ANO
A despeito das severas quedas registradas em janeiro e março, além da Black Friday que não ajudou o varejo de moda, as vendas do setor acumulam alta até novembro de 16,90%, em volume, e de 21,90%, em receita nominal, na comparação com igual período do ano passado, mostra a pesquisa do IBGE.
Entre os estados, a Bahia acumula a maior alta do ano até novembro. Aumento de 30% em volume de vendas e de 31,50% em receita nominal.
Todos os 11 estados que são destaque da pesquisa do IBGE, assim como o Distrito Federal, apresentam alta acumulada até novembro.
O comércio como um todo cresceu bem menos: 1,90% em volume sobre o período de janeiro a novembro de 2020. Contudo, a receita nominal acumula alta de 14,50%, refletindo a intensidade da inflação.
12 MESES
No acumulado de 12 meses até novembro, o varejo de moda mantém variação positiva, com sinais de desaceleração. Cresceu 11,9% em volume no período, enquanto a receita nominal subiu 15,60%.
O desempenho do comércio como um todo foi bem mais contido em volume de vendas, registrando aumento de 1,90% nos últimos 12 meses. Já a receita acelerou 14% no período.
DETALHES NOS GRÁFICOS
Clicando nas setas, confira a variação mensal das vendas do varejo de moda e geral de janeiro a novembro.
Os gráficos criados pelo GBLjeans também mostram a variação acumulada do varejo de moda em 11 meses do setor e por estado.