Coronavoucher movimentou a economia

Coronavoucher movimentou a economia

Abit estima que dos R$50 bilhões liberados por mês pelo governo, desde abril, de 5% a 6% irrigaram o consumo de vestuário.

Coronavoucher movimentou a economia

Pela análise da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), o varejo brasileiro dá sinais de recuperação beneficiado pelo coronavoucher. A liberação desses recursos tem irrigado a economia a partir do consumo da classe da população que recebe o auxílio emergencial pago pelo governo como reação aos efeitos da pandemia de covid-19. São R$50 bilhões por mês, liberados desde abril. A quinta parcela está sendo paga em agosto. De 5% a 6% desse volume, podem ter sido aplicados no consumo de vestuário, estima o presidente da associação, Fernando Pimentel.

“A incerteza é como será a saída”, diz. O governo sinalizou que pode estender o coronavoucher. Mas que não seria no mesmo patamar. A previsão é de que o valor caia pela metade. “Mesmo assim, que sejam R$25 bilhões por mês, vão continuar a ajudar”, entende. De modo que a expectativa é ter um Natal muito próximo do de 2019. “Um pouco mais, ou um pouco menos, desde que não tenha sobressalto no caminho”, ressalta Pimentel.

PROJEÇÕES PARA 2020 E 2021

Pondera que é grande o grau de incerteza que cerca o cenário, dificultando qualquer previsão. No entanto, a Abit fez algumas estimativas para 2020 e 2021. Produção têxtil e de confecção poderá cair 19,5% e as vendas internas recuarem 19% em relação a 2019, quando o setor apresentou variação positiva depois do ano difícil que foi 2018. Até dezembro, o comércio exterior fica enfraquecido com queda de importação estimada em 18% em volume e de exportação com recuo de 5,1%. A pandemia cortará em torno de 80 mil empregos formais.

A partir de 2021, o setor iniciaria a recuperação, sem contudo reparar completamente as perdas. A perspectiva desenhada aponta para aumento de 8,1% em produção e crescimento de 6,8% em vendas internas. Subiriam também os volumes de importação (5,2%) e exportação (6,5%). A situação do emprego ainda ficaria sob pressão, com a criação de 17 mil vagas de carteira assinada no saldo de 2021.