Dados de abril do IBGE interrompem queda de custos e dão sinais de retomada da produção.
Em sentido contrário à trajetória de queda do setor industrial brasileiro como um todo, a indústria têxtil e de vestuário produz mais em abril. Os dados constam da pesquisa mensal realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A indústria têxtil mantém variação positiva desde dezembro, com alta de 0,14% em abril em relação a março.
Depois da forte baixa em março, a produção de vestuário cresce novamente em abril. No entanto, o aumento de 0,12% não foi suficiente para neutralizar a perda do mês anterior.
Para a produção industrial brasileira como um todo, o IBGE registra queda de 0,60% em abril em relação a março.
IPP DE ABRIL
Desempenho semelhante à produção se repetiu nos preços de atacado da indústria brasileira como um todo em abril. A pesquisa do IBGE que calcula o IPP (Índice de Preços ao Produtor) registra queda de 0,35% no custo dos insumos da indústria em geral.
Já a indústria têxtil e de vestuário produz mais, com alta, respectivamente, de 1,20% e de 1,10%, em abril sobre março.
Para a indústria de artigos têxteis, o resultado de abril interrompe uma sequência de retração de preços de janeiro a março.
Sem perspectiva de alívio, o vestuário continua a ficar mais caro na ‘porta de fábrica’ pelo quarto mês consecutivo.
ACUMULADO NEGATIVO PARA PRODUÇÃO E PREÇOS TÊXTEIS
Apesar de produzir mais em abril, a indústria têxtil acumula queda em 2023 de 1,40% quando comparada aos mesmos quatro meses de 2022.
A estabilização da cadeia de fornecimento ajuda na contenção dos preços industriais. No ano, o setor têxtil acumula baixa de 1,92%.
Segue o comportamento da indústria em geral, que anota recuo acumulado no período dos preços do atacado (-0,99%) e do nível de produção (-1%).
Também em 12 meses até abril de 2023, o segmento têxtil acumula baixa de produção de 6,80% e queda acumulada de preços industriais de 0,48%.
VESTUÁRIO ACUMULA QUEDA DE PRODUÇÃO E PRODUTOS MAIS CAROS
Apesar do desempenho positivo de abril, a produção de vestuário acumula retração de 9,10%, no ano, na comparação com os mesmos quatro meses de 2022.
Já os preços de atacado permanecem altos, registrando aumento acumulado de 6,88% entre janeiro e abril.
Mesma flutuação de resultados se repete na análise dos últimos 12 meses. Conforme o IBGE, a indústria do vestuário acumula queda de 8,3% na produção, mas soma alta de 13,34% nos preços de atacado.
INDÚSTRIA GERAL
A produção industrial brasileira como um todo acumula queda de 0,20% nos últimos 12 meses até abril. Registra baixa acumulada de 4,63% nos preços de ‘porta de fábrica’, apontada pelo IBGE como a maior queda histórica do indicador.
CONSULTE OS GRÁFICOS
Com base nos dados do IBGE, o GBLjeans elabora gráficos que tornam a visualização mais rápida do desempenhos dos dois segmentos – têxtil e de vestuário. Dá para acompanhar a variação do nível de produção e dos preços industriais no mês, no acumulado do ano e em 12 meses.
Mensalmente o IBGE revisa os dados com base em ajustes sazonais. Por isso, pode haver mudanças nos gráficos de um mês para o outro.
Use as setas para consultar os gráficos.