Com troca de coleções, roupas são os produtos que mais encareceram no mês, mostra IBGE.

Ao atingir alta de 1,69% em agosto, a inflação de moda piora, muito influenciada pela chegada de novas coleções ao varejo. No mês, a inflação de vestuário avança 1,70% e a de
calçados e acessórios vai além, subindo 1,77% em relação a julho. Com isso, os itens de moda representam os que mais encareceram entre os nove grupos de produtos e serviços que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) monitora para calcular o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país.O aumento de vestuário tem a influência recorrente das roupas masculinas, que subiram 1,84%, e das roupas femininas, que ficaram 1,92% mais caras quando comparadas a julho.
Os preços das roupas infantis aumentaram 0,94% na passagem de um mês para o outro.
Mas a inflação de moda piora em agosto também pela influência dos sapatos: os masculinos, com alta de 2,32%, e os femininos, de 2,51%.
Por sua vez, os preços de joias e bijuterias voltaram a subir, com aumento de 1,30%; tecidos e armarinhos avançaram 0,64%.
A inflação oficial brasileira fecha agosto em baixa de 0,36%. É a segunda variação em queda seguida no ano. Conforme o IBGE, o grupo de transportes teve o maior impacto sobre o resultado, que foi influenciado pela queda nos preços de combustíveis.
INFLAÇÃO DO ANO
Apesar de dois meses em queda, a inflação oficial no acumulado do ano continua acima da meta estabelecida pelo Banco Central para 2022 (3,5%). Até agosto, o país registra inflação de 4,39%.
No mesmo período de janeiro a agosto, a inflação acumulada de moda subiu para 11,62% e a de vestuário para 12,50%. Os preços das roupas de adultos continuam a exercer a maior pressão.
Em oito meses, as roupas masculinas encareceram 13,86%, quando comparadas a igual período de 2021.
No mesmo período, as roupas femininas acumulam inflação semelhante, de 13,46%.
Roupas infantis apresentam alta acumulada de 7,95% até agosto.
Todos os itens que formam a cesta que o IBGE chama de Vestuário acumulam alta de janeiro a agosto.
Calçados e acessórios ficaram acima da inflação oficial, acumulando alta de 11,37% em oito meses.
A categoria de tecidos e armarinhos subiu 6,83% no ano até agosto, enquanto joias e bijuterias acumulam reajuste de 2,66% no período.
INFLAÇÃO EM 12 MESES
O IPCA dos últimos 12 meses concentra alta de 8,73%, mesmo com a queda registrada em julho e agosto.
Do grupo Vestuário, apenas os preços de joias e bijuterias continuam abaixo desse patamar. Acumulam alta de 4,80% em 12 meses.
Os demais produtos do grupo ultrapassaram a inflação de 12 meses: tecidos e armarinhos, com 10,64%; calçados e acessórios, com alta de 16,77%.
Nos últimos 12 meses, a inflação de vestuário sobe para 18,84%.
Roupas masculinas pressionam ao acumular 20,98% de inflação até agosto.
As roupas femininas registram inflação em 12 meses de 19,16%, e as roupas infantis, de 14,31%.
Assim, o grupo de moda manteve o comportamento dos preços acima do patamar da inflação oficial, com alta acumulada em 12 meses de 17,44%.
INFLAÇÃO ACUMULADA NAS CAPITAIS
Até agosto, a inflação acumulada de moda e de roupas piora nas 16 capitais que são destaque na pesquisa do IBGE. Em agosto, mais cidades ultrapassaram os 10% de inflação acumulada. Agora, são oito.
Salvador e Aracaju continuam como as capitais mais caras para comprar roupas e outros artigos de moda no ano.
Já a análise dos últimos 12 meses até agosto mostra que a escalada inflacionária de moda e de roupas reduziu de intensidade, apesar de ainda bastante alta. Salvador por exemplo segue com a maior alta nos preços de roupas, acumulando 32,46% em 12 meses, quase quatro vezes mais que a inflação brasileira para o período.
NAVEGUE PELOS GRÁFICOS
Produzidos pelo GBLjeans, os gráficos interativos mostram a inflação mensal em 2022 em moda, que o IBGE chama de grupo Vestuário, comparada à inflação oficial brasileira.
Em levantamento especial, o GBLjeans acompanha o IPCA de roupas, dividido em masculinas, femininas e infantis. Mostra ainda a variação de calçados e acessórios, tecidos vendidos no varejo, joias e bijuterias.
A sequência de gráficos inclui a variação acumulada de moda e roupas em relação à inflação oficial no ano e nos últimos 12 meses.
Dois outros gráficos informam a variação acumulada de moda e roupas em 16 capitais para o ano e nos últimos 12 meses.