A paradeira provocada pela quarentena por causa da covid-19 não afetou os aumentos de preços praticados pela indústria no mês.
O IPP (Índice de Preços ao Produtor) de março ainda não reflete a paradeira provocada pela quarentena, determinada como forma de conter a curva de contágio pela covid-19 no país. O fechamento do comércio e o afastamento social começaram pela cidade de São Paulo, a primeira no Brasil a ser afetada pelo novo coronavírus, a partir de 24 de março, a última semana do mês. De acordo com a pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPP geral de março subiu 1,32%.
E foi pressionado sobretudo pela indústria de alimentos, cujo IPP cresceu 6,16% sobre fevereiro. Conforme a pesquisa, das 24 atividades monitoradas, 21 apresentaram variação positiva dos preços.
Com os lançamentos de inverno apresentados aos compradores, ou com prévia começando nas vitrines, a indústria do vestuário aumentou os preços acima da média nacional. A alta foi de 1,97%. Também a indústria de itens têxteis fez reajustes que levaram à variação positiva de 1,27%, completando seis meses de recomposição. Os fortes aumentos de fevereiro e março registrados pelos fabricantes têxteis decorrem ainda da escalada do dólar.
Em vestuário, os principais reajustes estão atribuídos a calças compridas, camisetas, blusas e camisas, que ficaram mais caras que em fevereiro. Em têxtil, não-tecidos, tecidos de algodão e malha explicam a maior parte da variação registrada.
Com esses resultados, a indústria do vestuário acumula alta de 2,40% no primeiro trimestre de 2020, em relação a igual período de 2019. Considerando a mesma comparação, a indústria de têxteis soma aumento ainda maior, de 2,84%.
A indústria em geral acumulou alta do IPP de 2,50% nos três primeiros meses do ano. Os dados constam da pesquisa do IBGE.
DESEMPENHO EM RELAÇÃO A IGUAL MÊS DO ANO PASSADO
Sobre março de 2019, porém, muda o perfil do desempenho. As confecções de roupas apresentam preços 1,08% mais baratos que em março de 2019. Já os fabricantes têxteis reajustaram a tabela em 3,34%, mantendo o movimento de destravar aumentos de custos represados.
A reposição da indústria em geral subiu 6,45% sobre os preços praticados em março do ano passado.