Apesar da queda de atividade, o desempenho de janeiro a março é positivo sobre 2020, com inflação industrial em forte alta.

Os dados do primeiro trimestre de 2021 são singulares. Os índices de produção e IPP no país acumulam desempenho positivo de janeiro a março, na comparação com o mesmo período de 2020. No caso da produção industrial, o crescimento de ritmo no confronto com o ano passado contrasta com três meses nos quais as empresas produziram menos. A queda de produção em março foi de
14,1% entre as confecções de roupas, o segmento que mais reduziu atividade no mês, de acordo com pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).Entre os fabricantes de artigos têxteis, a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) registra redução pelo terceiro mês consecutivo, de -6,4%.
No acumulado do ano, que compara com o primeiro trimestre de 2020, no qual os efeitos da pandemia na economia começaram a ser sentidos a partir de meados de março, o desempenho mostra que a produção aumentou. No caso dos têxteis, cresceu 18,3%, enquanto a expansão de atividade das confecções de roupas avançou 13,6% no primeiro trimestre.
A média acumulada da indústria como um todo foi de aumento de produção de 4,40% no trimestre e recuo de 2,40% em março.
Veja o resultado por segmento em cada mês, analisando o gráfico ao final do texto.
IPP É A INFLAÇÃO DA INDÚSTRIA
O IPP (Índice de Preços ao Produtor) que calcula a inflação da indústria assinala forte aumento desde janeiro. No acumulado do primeiro trimestre anota aceleração de preços de 10,02% nos artigos têxteis. E de 7,83% para as roupas que saem de fábrica.
Os índices trimestrais dos dois segmentos estiveram abaixo do registrado pela indústria em geral que acumula alta de 14,09% sobre o primeiro trimestre de 2020, conforme os dados do IBGE.
Em março, os preços da indústria têxtil subiram 3,69%, a maior elevação desde janeiro, e os das roupas aumentaram 2,99%.
Ainda em março, a indústria em geral bateu novo recorde de alta, com IPP de 4,78%. O recorde anterior fora em fevereiro, com aceleração revista de 5,22% para 5,16%.