Jeans desafiado por poliéster reciclado

Jeans desafiado por poliéster reciclado

Quase cem empresas assinaram compromisso de substituir o equivalente a 45% da fibra virgem por sua versão recuperada até 2025.

Um grupo de 85 empresas, entre marcas, tecelagens e varejistas, assumiram o compromisso de em cinco anos aumentar para 45% de poliéster reciclado no lugar da fibra virgem. O desafio envolve a participação da cúpula de Mudanças Climáticas da ONU (Organizações Unidas) e a Textile Exchange.

O 2025 Recycled Polyester Challenge pretende atuar como catalisador de uma mudança essencial na indústria têxtil e de vestuário. Grande parte dos signatários são da área de jeans. Nesse documento, a sigla empregada para o poliéster é PET. O Brasil identifica a fibra como PES. Para nós, PET é o polietileno tereftalato, aquele tipo de plástico de garrafa de água e refrigerante, entre outros.

Para o poliéster reciclado, o mercado internacional adota a identificação rPET. Conforme dados do Textile Exchange Preferred Fiber & Materials Market Report 2020), a média global de poliéster reciclado na indústria têxtil atingiu 14% do total em 2019, algo em torno de 15,5 milhões de toneladas.

A meta é chegar a 45% de participação em 2025. Equivale a cerca de 60 milhões de toneladas, de um total projetado para 132 milhões de toneladas.

Jeans desafiado por poliéster reciclado

POLIÉSTER RECICLADO TEM POUCA PARTICIPAÇÃO

Em 2019, a produção global de fibras têxteis registrou 111 milhões de toneladas. Sozinho, o poliéster corresponde a 52%, algo próximo a 58 milhões de toneladas, a maior parte de fibra virgem.

É a fibra mais utilizada na indústria do vestuário. É uma fibra sintética, derivada do petróleo. A recuperação do poliéster permitiria reduzir a emissão de carbono na atmosfera.

De acordo com o relatório da ONU, o processo de reciclagem industrial do poliéster pode ser químico, mecânico ou biobased. A maior parte ainda é, porém, por processo mecânico, informa a Textile Exchange.

O poliéster reciclado é feito principalmente de garrafas de plástico PET descartadas. Também pode ser feito de outros plásticos de pós-consumo, como resíduos de oceano, têxteis de poliéster descartados ou de resíduos de processamento pré-consumo, como restos de tecido, completa a Textile Exchange.

As empresas que se comprometerem com a iniciativa terão que relatar anualmente seu consumo de poliéster para a pesquisa da Textile Exchange.

Entre as empresas estão as marcas da VF, Adidas, Focus Textil, Gstar, H&M, Inditex, Nudie, além de tecelagens e entidades do setor.