Já os preços industriais não dão trégua e continuam a subir.

Sem sinais de recuperação, a produção industrial brasileira de têxteis e vestuário fecha o primeiro trimestre de 2022 em queda. A comparação com o primeiro trimestre de 2021 mostra queda de
21,4% na produção de artigos têxteis e de recuo de 16,5% na produção de vestuário entre janeiro e março deste ano.Só em março, a redução no ritmo de atividade da indústria refletiu em queda sobre fevereiro de 2,1% na produção têxtil e declínio de 4,3% na confecção de vestuário, registra a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O levantamento indica que em 12 meses até março, a produção têxtil acumula contração de 2,4%. Já a produção de vestuário cresceu 4,1% nesse mesmo período.
A indústria de modo geral também fecha o primeiro trimestre com produção em queda acumulada de 4,5%. Porém, em março a produção cresceu 0,3%.
Em 12 meses até março a produção brasileira como um todo cresceu 1,8%.
PREÇOS INDUSTRIAIS
Na direção oposta da produção que fecha o primeiro trimestre em queda, os preços industriais não dão trégua e continuaram consistentemente a subir nos primeiros três meses do ano.
No acumulado do trimestre, os preços de fábrica dos produtos têxteis subiram 4,19% e de vestuário aumentaram 4,14%, informa a pesquisa do IBGE que calcula o IPP (Índice de Preços ao Produtor).
Em março, com a entrega das novas coleções, as peças de vestuário saíram de fábrica com preços 2,45% mais altos quando comparados a fevereiro. Os preços dos produtos têxteis encareceram 1,04% na passagem para março.
Dessa forma, em 12 meses a alta acumulada salta para 20% em produtos têxteis e para 11,53% em vestuário.
Com o alerta do Banco Mundial de que o preço do algodão pode subir 40% em 2022, a tendência é de a curva de alta no setor se acentuar ainda mais, a despeito do consumo reprimido na ponta.
O IPP da indústria brasileira em geral aponta para aumento de 3,13% em março. Assim fecha o trimestre com alta de preços industriais acumulada de 4,93%. Nos últimos 12 meses até março o índice sobe para 18,31%.
A divulgação do IPP sinaliza as tendências inflacionárias de curto prazo no país, ressalta o IBGE.
CONSULTE OS GRÁFICOS
O GBLjeans elabora gráficos para permitir a comparação mais rápida da variação de produção e preços da indústria. Permite acompanhar o desempenho no mês e no acumulado do ano e em 12 meses.
Mensalmente o IBGE revisa os dados com base em ajustes sazonais. Por isso, pode haver mudanças nos gráficos de um mês para o outro.
Use as setas para consultar os gráficos.
foto: Pixabay