Roupas e calçados são os principais itens de moda e os que mais cortaram em julho, mês no qual a inflação voltou ao patamar apresentado no ano
Com os estoques das coleções de inverno acima do previsto pela falta de frio, o varejo antecipou a liquidação para junho, mês no qual apenas moda mostrou recuo de preços no varejo brasileiro. Com as promoções típicas do meio do ano, julho derrubou ainda mais os preços sobre o mês anterior dos artigos de moda, e Vestuário foi a atividade que registrou a maior queda, com recuo de 0,60%, puxado para baixo pelas roupas (de adultos e crianças) e por calçados. A inflação oficial brasileira de julho teve aumento de 0,33% sobre o pico de junho, divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Depois de aumentos seguidos desde março, as roupas para homens chegaram à época de promoções. Foram as que mais caíram no mês, com redução de 0,94% sobre junho, seguidas pelos artigos de vestuário infantil, que após fortes aumentos, começaram a recuar em junho e caíram outros 0,91% em julho. Os preços das roupas femininas diminuíram 0,87% em julho, também sobre preços em queda no mês anterior.
Com redução de 0,44%, as liquidações de calçados ajudaram a conter a inflação de moda em julho. No mês, apenas tecidos registraram ligeira variação positiva de 0,01%, ficando praticamente estáveis, depois de quatro meses seguidos de alta. Joias e bijuterias continuam a encarecer, com aumento de 1,73% em comparação com o mês anterior.
Apesar de ter enfraquecido em julho, a base de comparação com junho foi muito alta (chegou a 1,26%), o maior índice mensal em 23 anos, alertou o IBGE, na pesquisa realizada para formação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Do varejo monitorado, o recuo da categoria Vestuário foi o maior, seguido de longe por Alimentação e Bebidas (-0,12%) e por Educação (-0,08%). As demais atividades reajustaram os preços para cima, com a inflação geral sendo bastante pressionada, mais uma vez no ano, pelo aumento no custo das tarifas de energia elétrica.
CUSTO DA MODA EM 16 CAPITAIS
Apenas Rio Branco (AC) e São Luiz (MA) apontaram para inflação de roupas em julho, entre as capitais em destaque no levantamento para formação do IPCA. A capital do Maranhão subiu os preços em 0,78% e a do Acre aumentou 0,52%. No sentido inverso, as três cidades com as maiores variações negativas de preços no varejo, que cortaram em mais de 1%, foram: Aracaju (-1,64%), Campo Grande (-1,21%) e São Paulo (-1,06%), mostra a pesquisa.