Aumentam as demissões de empregados com carteira assinada, tanto na indústria quanto no comércio em todo o país, com exceção do Mato Grosso que criou quase 600 empregos a mais no mês
O segundo semestre continuou difícil para o emprego no setor têxtil e de confecções de roupas no Brasil, tanto na indústria quanto no comércio. Em julho, e pelo quarto mês consecutivo, a indústria fechou vagas com carteira assinada, tendo encerrado 3.105 postos em relação a junho que foi o pior mês do primeiro semestre. O saldo mensal só não foi pior porque Mato Grosso destoou dos demais estados, tendo aberto 559 empregos em julho, mostra o levantamento mensal feito pelo ministério do Trabalho a partir do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
Desde fevereiro vem crescendo a oferta de emprego industrial no Mato Grosso e parte dessa expansão pode ser atribuída ao retorno gradual para o estado da produção de uniformes para os alunos da escola pública e ao início da operação da segunda unidade de fiação da Incofios, em Campo Verde, cidade do interior mato grossense que é um polo de cultivo de algodão.
Esse volume de contratações do estado ajudou a manter positivo o nível de empregos na indústria brasileira no acumulado do ano, com 606 vagas criadas entre janeiro e julho. Para efeito de comparação, o Pará foi o segundo estado que mais contratou em julho, com a abertura de 15 postos de trabalho, de acordo com o Caged.
Em situação inversa à de Mato Grosso, o forte enxugamento de junho continuou em julho na indústria têxtil e de confecção de São Paulo (-792), de Santa Catarina (-579) e Minas Gerais (-498), seguidos por Paraná (-690) e Rio de Janeiro (-267).
COMÉRCIO FECHA POSTOS
Também o varejo e o atacado de roupas e artigos têxteis do país continua a encerrar mais que
abrir empregos formais. O varejo brasileiro cortou 2.703 postos em julho, sendo que São Paulo as demissões somaram 873 vagas a menos que em junho, sem que fossem substituídas; Bahia cortou 421 empregos; e o Rio de Janeiro ficou com saldo negativo de 312 vagas. Os saldos positivos são poucos e residuais entre os estados. O comércio varejista com mais empregos criados no mês foi Goiás, com 58 novas vagas.
O atacado ficou com sete vagas a menos do que tinha em junho, seguindo o movimento de enxugamento iniciado em maio. Quatro estados lideram as demissões sem substituição: Rio de Janeiro (-45); Paraná (-17), Ceará (-15) e São Paulo (-11). Já Santa Catarina abriu 37 vagas em julho e Alagoas mais 36, revelam os dados do Caged.
SITUAÇÃO DO EMPREGO NO BRASIL
No balanço geral, o país terminou julho com 47.319 novos empregos com carteira assinada, apontam o levantamento do Caged.