Palestra da empresa de pesquisa no Febratex Summit traça quadro de produção e varejo.
Ao analisar o mercado de moda no pós-pandemia, Marcelo Prado, diretor do Iemi, afirma que o setor está em busca de equilíbrio entre a indústria e o varejo no sentido de regularizar estoques e volume de produção. Em palestra durante a segunda edição do Febratex Summit, ele avaliou que o primeiro semestre de 2023 ainda enfrentou traços dos efeitos da pandemia de covid-19 que desorganizou o abastecimento. E prevê que o equilíbrio que o setor busca será atingido apenas no início de 2024.
Até lá, a produção local terá nova queda em 2023. A estimativa são 5 bilhões de peças produzidas até o final do ano, ante 5,1 bilhões em 2022 e 5,5 bilhões em 2021.
O volume produzido é o mesmo registrado em 2020, o pior ano, indicam os dados do Iemi.
Já o varejo de moda deverá repetir em 2023 os 6,3 bilhões de peças vendidos em 2022, abaixo dos 6,4 bilhões de 2019.
A diferença entre a produção e a venda do varejo será suprida pela importação, estimada em 1,5 bilhão de peças em 2023, número até maior que antes da pandemia.
FATURAMENTO
Refletindo a espiral inflacionária, o valor da produção subirá para R$153 bilhões, aponta a análise do Iemi. O volume corresponde a 0,5% a mais que o obtido em 2022.
No entanto, o faturamento do varejo deverá avançar 8% para R$287 bilhões.
“Entre 2017 e 2022, o varejo de vestuário recuou 1,1% em volume de peças, e cresceu 19% em valores nominais”, afirmou Prado. No mesmo período de seis anos, a produção em peças teve queda de 12,6% e em valores nominais, sem descontar a inflação, registrou alta de 9,5%.
O Febratex Summit foi realizado nos dias 23 e 24 de agosto, em Blumenau, Santa Catarina.