Dados do Caged revelam que tanto a indústria quanto o comércio de bens têxteis e de vestuário cortaram empregos com carteira assinada.
Pelo terceiro mês consecutivo, a indústria têxtil brasileira fechou vagas. Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), os fabricantes de bens têxteis e as confecções de vestuário cortaram em julho 917 empregos formais, aqueles com carteira assinada. Ainda assim, o segmento continua a mostrar saldo positivo devido às contratações de janeiro, fevereiro e abril. Esses três meses garantiram a criação de 12.059 vagas.
Por enquanto o nível do emprego continua dentro das projeções para o setor no ano. Mas, como tradicionalmente no último trimestre a indústria faz cortes expressivos, a avaliação em julho era de ter saldo positivo em 2019, mas baixo, menos que 2 mil vagas criadas. No entanto, com a turbulência de agosto, Renato Jardim, superintendente de políticas industriais e econômicas da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), já não descarta que o setor encerre o ano com menos vagas do que começou.
Entre os estados, a indústria do Ceará continua a cortar empregos formais. Foram 501 a menos em julho. Seguido pelo Paraná, que demitiu 329 trabalhadores do setor, e pelo Rio de Janeiro que fechou 189 postos de trabalho no mês.
Contudo, outros estados abriram vagas. Maior polo industrial do setor no país, São Paulo criou 137 empregos em julho. Outros dois estados que mais contrataram no mês foram: Mato Grosso (+450) e Goiás (+117).
COMÉRCIO PERMANECE NO PERÍODO DE CORTES
O varejo de têxteis e roupas mantém o perfil de cortes. Tem sido comum desde 2015, as lojas de moda reduzirem a força de trabalho formal nos primeiros oito ou até mesmo nove meses do ano. Assim julho representa mais um mês seguido de saldo negativo. Foram eliminados 744 empregos. Ainda que as demissões prevaleçam entre o varejo dos estados, alguns começam a reforçar o quadro. Os três estados que mais fecharam vagas foram: Bahia (-504), Paraná (-233) e Pernambuco (-183).
Em sentido inverso, os três que mais contrataram foram: São Paulo (+412), Maranhão (+109) e Amazonas (+79).
No atacado, o nível do emprego continua negativo, com 55 postos fechados. Mas, como no varejo, alguns estados começam a abrir vagas no lugar de fechar. Entre os que demitiram, os três destaques foram: Paraná (-75), Rio Grande do Sul (-32) e Espírito Santo (-12).
Os três estados que mais contrataram no comércio atacadista foram: Santa Catarina (+26), São Paulo (+19) e Minas Gerais (+17).
NÍVEL DO EMPREGO NO BRASIL
Segundo o Caged, o país registrou a abertura de 43.820 vagas de trabalho com carteira assinada em julho. A construção civil puxou as contratações, mediante a contratação de 18.721 postos. O setor de serviços aparece em seguida com a criação de 8.948 vagas e depois a indústria de transformação que teve saldo positivo de 5.391 empregos formais a mais do que tinha em junho.