Setor têxtil inicia o ano com déficit

Foram importados US$ 206 milhões, ante os US$ 159 milhões em vendas externas

 

Comunicado da ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções) informa que o setor inicia o ano com déficit de US$ 47 milhões. Em janeiro, as vendas externas somaram US$ 159 milhões, enquanto as importações subiram para US$ 206 milhões, um aumento de 50,4% em relação a janeiro de 2006. “Se forem mantidas as mesmas condições do atual cenário, a projeção é de chegarmos a um déficit histórico de US$ 1,3 bilhão até o final do ano e 280 mil postos de trabalho a menos”, afirmou Josué Gomes da Silva, presidente da entidade, no informe.

 

Segundo o levantamento, o ramo de vestuário é o mais pressionado. Foram 3 mil toneladas de roupas importadas, no valor de US$ 29 milhões, apenas em janeiro. As empresas, contudo, exportaram 1,7 mil toneladas avaliadas em US$ 15 milhões.

 

Gomes da Silva reconhece o esforço da Receita Federal para intensificar a fiscalização. Cita como exemplo de resultado positivo a Operação Panos Quentes, anunciada em novembro, com o intuito de fechar o cerco em torno do contrabando e das importações ilegais de tecidos e roupas. Mas o empresário avalia que é preciso mais.

 

A ABIT defende que o governo concentre em poucos portos a chegada de têxteis e vestuário importados. Também reivindica para o setor desoneração tributária, acordos internacionais em condições mais favoráveis às empresas brasileiras e mais ações de fiscalização para coibir as importações ilegais.