A despeito desse avanço percentual em relação a abril, a comparação com o ano passado mostra que o segmento permanece em queda.
A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) mostra que o varejo de moda foi o que mais cresceu em maio em relação ao mês anterior. Sobre a minguada base de abril, as lojas de vestuário, calçados e tecidos aumentaram em 100,6% o volume de vendas e em 99,5% a receita nominal. Foi o segmento de maior crescimento no mês. Os dados constam do levantamento cujos resultados foram divulgados hoje, 8 de julho, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O comércio brasileiro como um todo também apresentou variação positiva. Cresceu 13,9% em volume de vendas e 9,9% em receita nominal. Mas a alta generalizada entre as oito categorias acompanhadas pela pesquisa não foi suficiente para recuperar as perdas de março e abril, ressalta o IBGE. A queda nesses dois meses refletiu os efeitos do isolamento social para controle da pandemia de covid-19, que manteve fechado o comércio não-essencial em boa parte das cidades brasileiras.
Desse modo, a recuperação em maio não foi capaz de inverter o sinal nos indicadores de comparação com 2019.
IMPACTO ACUMULADO NO ANO
Para moda, a queda permanece abrupta na comparação com o ano passado. Sobre maio de 2019, caiu 62,5%, em volume e em receita. E exerceu a principal influência negativa sobre o comércio em geral, afirma o relatório do IBGE. Sob essa perspectiva, em relação a maio do ano passado, o varejo geral recuou 7,2% em volume de venda e diminuiu 5,2% em receita nominal.
O acumulado do ano mostra, porém, que o varejo de moda enfrenta queda em aceleração desde março. De janeiro a maio, as lojas do segmento registraram redução de 37,5% sobre igual período de 2019, em volume de vendas, e de 37,1% em receita nominal.
A comparação com o mesmo período para o comércio em geral mostra declínio bem mais suave, de 3,9% em volume de vendas. No entanto, se até abril a receita nominal acumulou pequena alta, em maio, a direção mudou, com declínio de 0,6%.
DESEMPENHO DE MODA EM 12 ESTADOS
Pelo segundo mês consecutivo, o varejo de moda de todos os 12 estados que são tratados como destaque na pesquisa mensal do IBGE operou em queda. Todos apresentaram redução de vendas no acumulado do ano até maio, em volume e receita. O maior declínio cortou o país. Saiu do Rio Grande do Sul em abril para o Ceará, em maio. O varejo de moda cearense enfrentou redução de 47,1% em volume de vendas e de 46,3% em receita nominal.
O menor recuo foi novamente observado pelo comércio mineiro de vestuário, tecidos e calçados. Sobre janeiro a maio de 2019, as lojas acumularam diminuição de 19,1% em volume e queda de 19,2% em receita nominal. Os indicadores mostram que também em Minas o cenário piorou, uma vez que até abril acumulou recuo próximo de 14% nos dois indicadores.
NAVEGUE PELOS GRÁFICOS
Veja a seguir em gráficos a evolução das vendas do varejo de moda e compare com o desempenho do comércio em geral. Clicando na seta, confira os indicadores acumulados de janeiro a abril de cada um dos 12 estados, de acordo com a pesquisa do IBGE.