Com a perda de vigor na venda de roupas, calçados e tecidos, o acumulado do ano volta a ficar negativo em relação a 2018.
Depois de três meses seguidos de vendas em alta, o varejo de moda perdeu a energia em agosto. A queda foi tão intensa que acabou exercendo a principal pressão negativa sobre o resultado do comércio em geral no mês, ainda que constitua a segunda atividade na qual o comércio mais caiu em agosto. Ficou um pouco acima de combustível, cujas vendas despencaram 3,3%, mostra a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC). Os dados são levantados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em agosto, o comércio de roupas, calçados e tecidos cedeu 2,5% em volume de vendas e caiu 2,4% em receita nominal. Interrompeu, assim, três meses de crescimento consistente, capaz de reverter o saldo negativo acumulado no ano até julho. O fraco desempenho de agosto levou, porém, o acumulado para -0,1% em volume, depois de expandir 0,4% em julho. A receita permanece positiva e acumula expansão de 0,5% sobre o período de janeiro a agosto de 2018.
As vendas gerais do varejo nacional revelam quadro de estabilidade, mediante a variação positiva de 0,1% frente ao mês anterior. Contudo, a receita nominal não resistiu e caiu 0,2%. Apesar do descompasso, o indicador segue positivo no acumulado do ano. Segundo a pesquisa, registra aumento de 1,2% em volume e de 4,8% em receita.
DESEMPENHO DOS 12 ESTADOS
Entre os 12 estados que são acompanhados pela pesquisa de comércio do IBGE, metade conseguiu resultados superiores no acumulado do ano. A outra metade continua a enfrentar queda nas vendas. Em comparação com os oito primeiros meses de 2018, o melhor desempenho continua sendo anotado pelo varejo de moda de Rio Grande do Sul.
As vendas subiram 9,8% em volume e 8,9% em receita. É um resultado e tanto quando se observa que o comércio em geral do estado teve um desempenho bem mais discreto. Subiu 2,4% em volume e 6,3% em receita. O Espírito Santo também continua aquecido entre as lojas de roupas e calçados. Acumula expansão de 7,7% em volume e de 9,2% em receita no varejo de moda.
Minas Gerais continua como o varejo de moda que mais encolheu ao longo de 2019, embora tenha reduzido as perdas até agosto. O recuo em volume foi de 6,9% e de receita caiu 7%.