Em junho, pelo segundo mês consecutivo, os preços de moda caíram, com a maior queda entre os segmentos monitorados pelo IBGE.

Os preços de moda continuaram a sentir os efeitos da covid-19 sobre o comércio brasileiro. O freio acionado em maio persistiu, e em junho a categoria Vestuário permanece em deflação. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os preços recuaram 0,46% sobre o mês anterior. Para o cálculo do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a categoria Vestuário considera roupas, tecidos, calçados e acessórios, joias e bijuterias. E foi o segmento do varejo que mais caiu.
Mesmo com a pandemia de covid-19, o setor continuou a subir preços por dois meses seguidos até ser contido pela fraca economia a partir de maio, pico das vendas de outono. Porém, desde abril a categoria acumula perda no ano devido à deflação anotada em janeiro e fevereiro.
O desempenho dos preços de moda em junho contrasta com o comportamento do comércio em geral. A inflação oficial brasileira, do mês, aponta para alta de 0,26%, depois de dois meses em declínio. O aumento generalizado entre os grupos de produtos monitorados pela pesquisa foi suficiente para deixar o primeiro semestre com variação positiva geral de 0,10%
Vestuário e calçados atuaram como influência negativa nos preços de moda em junho. As roupas recuaram 0,50%. Foram puxadas para baixo pelos artigos femininos (-0,95%) e infantis (-0,41%). As roupas masculinas tiveram pequena variação positiva (0,02%).
Calçados e acessórios experimentaram deflação de 0,61%. Os demais itens que formam o grupo de Vestuário registraram fortes aumentos em junho. Foi o caso de tecidos, reajustados em 1,11%. Joias continuam a pressionar os preços, encarecendo o sub-grupo (inclui bijuterias) em 0,54% sobre maio. Por causa de joias, o sub-grupo acumula alta de 6,50% no primeiro semestre de 2020 em relação ao primeiro semestre de 2019.
VARIAÇÃO ACUMULADA NO PRIMEIRO SEMESTRE COM DEFLAÇÃO
O resultado de junho aprofundou a deflação da categoria de moda nos primeiros seis meses. De janeiro a junho, o segmento acumulou queda de 1,94%. Foi puxado para baixo pelo corte de 2,16% nos preços de roupas, em comparação a igual período do ano passado. A deflação acumulada de roupas aponta para -3,51% em itens femininos; -1,07% para o vestuário masculino; e -1,07% para os infantis.
Calçados acumulou queda de 2,95% no semestre sobre o ano passado. Na mesma comparação, joias e bijuterias acumulam alta de 6,50% e tecidos, de 2,31%.
COMPORTAMENTO DOS PREÇOS DE MODA EM 16 CAPITAIS
Em junho, os preços do grupo Vestuário registraram inflação em apenas duas das 16 capitais que são destaque da pesquisa. A variação positiva no Distrito Federal tende à estabilidade (0,01%). Já Curitiba aumentou os preços de moda em 0,18%. A alta só não foi mais intensa no comércio da cidade porque roupas masculinas ficaram 0,36% mais baratas que em maio.
Nas outras 12 capitais houve deflação em junho. A maior queda foi na cidade de Campo Grande, cujo recuo mensal chegou próximo a 2% (-1,83%).
No acumulado do ano, das capitais em destaque, apenas Curitiba acumulou alta, de 0,25% no primeiro semestre. A maior queda ficou novamente com Salvador(-5,79%), como em maio.
NOVIDADES NOS GRÁFICOS
Confira abaixo os novos gráficos criados pelo GBLjeans, que acrescentou o indicador de Roupas, subdividido em masculinas, femininas e infantis, para melhorar a análise. Os gráficos também passam a incorporar a variação mensal e acumulada de Roupas por cidade.