China derruba comércio mundial de algodão

Com freio das importações chinesas, Estados Unidos prevê queda de 7% nas receitas, atingindo o menor nível desde a safra 2000/2001.

O comércio mundial de algodão cairá 10% na temporada 2014-2015 e voltará a números alcançados há quatro anos (2010-2011), conforme previsão do departamento de Agricultura do governo dos Estados Unidos. A queda é devida ao freio às importações imposto pela China afetando os grandes produtores da commodity. Maior exportador mundial de algodão em 2014-2015, os Estados Unidos estimam queda de 7% em suas receitas, atingindo o menor nível desde a safra de 2000-2001.

A decisão da China também terá impacto nas receitas de países como a Índia e a Austrália, que nos últimos anos aumentaram exportações para o país asiático. A Índia deve vender menos 35% e a Austrália 30% menos no período, segundo o governo dos Estados Unidos.

A China vai reduzir as importações em um terço, que representa cerca de 8,5 milhões de toneladas, com o objetivo de promover o consumo de algodão produzido localmente. Outras projeções indicam declínio nas compras de algodão em países com forte indústria têxtil como a Turquia, o Vietnã e a Malásia. Em contrapartida, espera-se aumento das importações de países como Paquistão, Índia e Bangladesh.

No safra de 2014-2015, a produção de algodão vai exceder o consumo mundial desta matéria-prima pela quinta vez consecutiva, fazendo com que os estoques atinjam níveis recordes. A previsão é que a temporada termine com total de 101,7 milhões de toneladas em reservas, dos quais 60,5 milhões de toneladas estarão com a China.