Itália terá Monitor para Moda Circular

Itália terá Monitor para Moda Circular

Iniciativa junta a escola de negócios SDA Bocconi, a empresa de energia Enel e dez empresas do setor, como Candiani e YKK.

Itália terá Monitor para Moda Circular
Calças jeans usadas vendidas em brechós.

A Itália dá um passo importante para tirar a moda circular só do discurso, como vem acontecendo, e avançar para a abordagem científica. O país anunciou uma iniciativa para desenvolver uma metodologia de avaliação de circularidade na indústria da moda italiana. O primeiro relatório do Monitor para Moda Circular está previsto para setembro, informa comunicado das empresas envolvidas no projeto. A intenção é obter uma fotografia do nível de maturidade das empresas, medindo como aplicam os princípios da Economia Circular ao longo da cadeia de valor.

Serão observadas as melhores práticas e as lacunas, de modo a propor um plano de como integrar a circularidade em uma das maiores indústrias de exportação da Itália, afirma o comunicado assinado pela escola de negócios italiana SDA Bocconi School of Management, que lidera o projeto e atuará a partir de seu Laboratório de Sustentabilidade. Tem a parceria da Enel X, o braço de inovação, transição energética e economia circular da companhia de energia italiana.

IDENTIFICAR KPI’S

Para formatação da metodologia do Monitor para Moda Circular, participa da parte operacional do projeto a Eco-Age, para consultoria em sustentabilidade. Até setembro, deverão ser identificados os principais KPIs para cada modelo de negócio da moda circular.

“Uma abordagem circular permite que o paradigma atual seja radicalmente alterado graças à aplicação de cinco modelos de negócios circulares – insumo sustentável, extensão do ciclo de vida, fim de vida, produto como serviço, plataforma de compartilhamento”, descreve o comunicado das empresas.

A mudança para um sistema circular pressupõe projetar produtos e materiais que possam ser usados o maior tempo possível; redesenhar processos de manufatura, logística, distribuição e jornada do cliente com o objetivo de tornar mais eficiente o uso dos recursos.

EMPRESAS ENVOLVIDAS NO PROJETO DE MODA CIRCULAR

Da parte experimental do projeto participam dez empresas. Sete delas integram a cadeia de produção e valor de moda, das quais três são tecelagens. É o caso da Candiani Denim; da Manteco, tecelagem de base sustentável criada em 1941 produzindo fios a partir dos uniformes militares descartados no pós-guerra na Itália; e da Vitale Barberis Canonico, fábrica de tecidos italiana criada em 1663 (sim, leu certo, 1663), principal fornecedora da marca de luxo Ermenegildo Zegna.

A subsidiária local da YKK representa a parte de aviamentos, como zíperes e botões metálicos. O Radici Group fabrica fios de poliamida, fibras sintéticas e materiais plásticos mediante práticas de produção limpa, como uso de material reciclado, fontes renováveis de energia, menos consumo de água no processo. Ainda da cadeia de insumos, a Vibram produz solas de borracha para calçados.

Duas marcas de moda acompanham o projeto – a Vivienne Westwood e a Save the Duck, marca de moda conhecida pelos casacos acolchoados de náilon, que obteve certificação B.

Completam a lista duas empresas de tecnologia: a Intesa, que pertence à IBM, sendo especializada em soluções digitais com centros de competência em blockchain e inteligência artificial; e a Dedagroup Stealth, detentora de soluções omnichannel para marcas de moda e luxo.

“Esta comunidade de empresas, escolhida por suas credenciais de sustentabilidade e circularidade na indústria da moda italiana, já está em um caminho virtuoso, compartilhando ideias sobre as oportunidades e desafios da circularidade. Eles estão se concentrando especificamente na aplicação de melhores práticas para identificar e desenvolver novas soluções circulares aplicáveis e mensuráveis”, completou o comunicado da SDA Bocconi School of Management e da Enel X.