A incorporação pode fortalecer o grupo italiano na disputa pelo mercado de luxo com os gigantes franceses LVMH e Kering.

O Grupo Prada anuncia a compra da Versace, depois de semanas de rumores acerca do negócio. Pela marca criada em 1978 por Gianni Versace, a Prada firmou acordo pelo qual paga o equivalente a US$1,37 bilhão. Até então, a italiana Versace pertencia ao conglomerado dos Estados Unidos Capri Holdings, dono também de Michael Kors e Jimmy Choo.
Por comunicado à imprensa, as duas companhias informaram que a transação deverá ser concluída no segundo semestre de 2025, pois, está sujeita às exigências regulatórias comuns a esse tipo de operação.
“Com sua estética altamente reconhecível, a Versace constitui uma adição fortemente complementar ao portfólio do Grupo Prada e exibe um significativo potencial de crescimento inexplorado, impulsionando múltiplas alavancas de criação de valor”, anuncia o comunicado da Prada.
No informe, o grupo acrescenta que manterá o DNA criativo e autenticidade cultural da Versace. “Ao mesmo tempo em que a marca se beneficiará de toda a força da plataforma consolidada do Grupo, incluindo capacidades industriais, execução de varejo e experiência operacional”, ressalta.
Para a Capri Holdings, a venda da Versace permitirá fortalecer o balanço da companhia, reduzir a dívida, realizar “investimentos estratégicos acelerados na Michael Kors e aumentar o valor para os acionistas”, aponta o comunicado oficial da empresa.
ACORDO ENVOLVE DÍVIDAS
A Capri Holdings vende a Versace por valor abaixo do que comprou a marca em 2018, cerca de US$2 bilhões na época.
“Sob os termos do acordo, o Grupo Prada adquirirá 100% da Versace por um valor empresarial total de €1,25 bilhão (US$ 1,37 bilhão) em uma base livre de dívida e dinheiro”, completa o comunicado da empresa italiana. A contrapartida final será determinada no fechamento do negócio, acrescenta o informe.
O anúncio da venda da Versace ocorre praticamente um mês depois da saída de Donatella Versace da direção criativa da grife. Foi substituída por Dario Vitale que, até dezembro passado, respondia pela área na Miu Miu, a marca jovem da Prada. Do portfólio do grupo italiano constam ainda a Church’s, a Car Shoe, a Marchesi 1824 e a Luna Rossa.
A Capri Holdings passa por ajustes desde 2023. Naquele ano anunciou a venda do controle acionário para o grupo Tapestry, dono das marcas Coach, Kate Spade e Stuart Weitzman. Um ano depois, a fusão foi desfeita.